Novato
O mais novo integrante da bancada dos investigados é o senador Aécio Neves (PSDB-MG). O ministro Gilmar Mendes, do STF, aceitou ontem o pedido de abertura de inquérito contra o presidente do PSDB e ex-candidato à Presidência da República. Aécio passa a ser investigado por corrupção e lavagem de dinheiro. A suspeita levantada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, é de que o tucano se beneficiou de um esquema de corrupção em Furnas, empresa estatal subsidiária da Eletrobras.
O caso foi inicialmente distribuído ao ministro Teori Zavascki, que relata a Lava Jato no Supremo. Teori, no entanto, não viu relação entre os indícios contra Aécio e os desvios na Petrobras. O pedido foi repassado, então, a Gilmar Mendes. Com o novo inquérito, 24 senadores no exercício do mandato respondem a acusações criminais no Supremo.
Campeões em suspeitas
Renan e Cassol são os atuais campeões em suspeitas. Na linha sucessória da Presidência da República, o presidente do Senado acumula 11 inquéritos. Destes, nove são relacionados ao esquema de corrupção na Petrobras, apurado pela Operação Lava Jato, e um decorre da Operação Zelotes, que investiga fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão de controle vinculado ao Ministério da Fazenda, e a venda de medidas provisórias.
O mais antigo deles, porém, remonta à acusação de que o senador teve despesas pagas por um lobista de empreiteira, caso que o levou a renunciar à presidência da Casa e quase lhe custou o mandato de senador em 2007. A denúncia da Procuradoria-Geral da República relativa a esse caso repousa no Supremo desde 2013 sem os ministros decidissem pelo arquivamento ou pela abertura do processo.
Condenado à prisão
Condenado a quatro anos e oito meses de prisão pelo Supremo em agosto de 2013, Cassol aguarda análise de seu último recurso para evitar o início do cumprimento da pena imposta pelo STF em agosto de 2013. Os ministros consideraram que ficou comprovada a participação de Cassol e outros dois réus da Ação Penal 565 em um esquema que beneficiava empresas em licitações para a contratação de obras em Rolim Moura, município de Rondônia.
O STF identificou fraude em 12 licitações realizadas pela prefeitura durante a administração de Cassol. Segundo a acusação, o processo foi direcionado para beneficiar cinco empreiteiras locais cujos sócios tinham ligações pessoais ou profissionais o senador. Entre eles, dois cunhados e um ex-sócio de sua esposa em uma rádio local.
Falta de credibilidade
Em seu discurso na sessão do impeachment, Cassol defendeu o afastamento de Dilma. De acordo com ele, a presidente não tem credibilidade para continuar no cargo por causa da denúncia de crime de responsabilidade. O parlamentar condenado pelo STF defendeu que a saída da petista é necessária e que, se ficar comprovada sua inocência ao final do processo, ela poderá retornar ao Palácio do Planalto.
“Fui prefeito de Rolim de Moura e governador de Rondônia por dois mandatos. Todas as minhas contas foram aprovadas pelo tribunal de contas do meu estado. Como administrador público, fui transparente e zelei pelo uso do recurso público”, discurso em plenário o senador. Além do recurso, o ex-governador de Rondônia é réu em duas ações penais (562 e891) por calúnia e corrupção eleitoral e investigado em outros sete inquéritos (3158, 2828, 3513, 3742, 3614, 3820 e 3961) por peculato, improbidade administrativa, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, contra o sistema financeiro e contra a Lei de Licitações.
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