Com a proposta de protestar contra o “conservadorismo da cidade” e no intuito de provocar um debate sociocultural, 115 homens e mulheres compareceram para a “Fotona”, como é chamada pelos idealizadores o registro de pessoas nuas na Praça do Museu da República. Em céu aberto e próximo ao Congresso Nacional, despidos de pudor e de roupas, o protesto, que tinha o intuito inicial de reunir pelo menos 50 pessoas, superou as expectativas e se tornou o maior já registrado no Centro-Oeste.
O evento também teve como foco reafirmar os corpos enquanto ferramenta de manifestação artística, cultural e política. “A Fotona surge nesse sentido, para mostrar que pulsa arte e corre vida no concreto, para mostrar que há muita gente aqui interessada na expressão artística, há muita gente aqui interessada nesse movimento, na subversão da caretice. A nudez artística, o corpo, é uma ferramenta de imediato debate político”, justificou o coordenador pedagógico do Cena Contemporânea e idealizador da Fotona, Diego Ponce de Leon, ao Congresso em Foco.
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O projeto nasceu em maio deste ano e ganhou força após a censura realizada com o artista paranaense Maikon Kempinski, que foi detido pela Polícia Militar do DF, em 15 de julho, enquanto fazia uma performance nu no mesmo local. Para Diego Ponce de Leon, a onda de conservadorismo que assola o país revela um panorama “retrógrado” e carregado de “opressões relacionada à expressão artística”.
PublicidadeO artista Maikon K, como também é conhecido, foi um dos convidados a participar da Fotona e também a fazer sua performance na apresentação chamada “DNA de DAN”, que foi impossibilitada naquela ocasião. “O que aconteceu com o Maikon foi uma opressão, uma arbitrariedade absurda, uma falta de sensibilidade com a arte ao confundir uma performance com um ato obsceno. Isso endossou a necessidade de um ato como a Fotona”, explicou Ponce de Leon.
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