O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deixou no ar uma possível candidatura à presidência da República, ao ser questionado sobre os planos para 2022, durante o Festival Piauí. Ele ainda disse que o centro democrático, que é visto como uma alternativa à reeleição do presidente Jair Bolsonaro, vai acabar se organizando e deveria ter um candidato no próximo pleito federal.
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A eleição de 2022 virou assunto no Festival Piauí quando a repórter Malu Gaspar perguntou o que Maia achava de ser chamado de primeiro-ministro, como acontece com alguns de seus aliados na Câmara. “Se eu quisesse ser presidente, teria sido na época do Michel Temer, quando queriam o impeachment dele”, rebateu o parlamentar, que ainda disse ter sido responsável e não medroso ao não ter liberado os processo de impeachments de Michel Temer entre 2017 e 2018. “Sendo presidente da Câmara, liderar o parlamento para derrubar o presidente da República não seria democrático. Geraria uma terceira divisão no Brasil”, afirmou Maia, destacando que “as ambições pessoais não podem estar acima do cargo” e que “não era razoável presidir o Brasil naquela ocasião”.
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Malu Gaspar perguntou, então, se em 2022, em outras circunstâncias, ele não queria ser presidente. Maia respondeu: “Ah, com eleição é outra coisa”.
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O presidente da Câmara ainda fez uma avaliação do papel do centro democrático nas próximas eleições. Para ele, Luciano Huck e Ciro Gomes (PDT-CE) podem representar essa parcela da população na escolha do próximo presidente do Brasil. “Em algum momento esse lugar de centro democrático vai acabar se organizando. Luciano Huck e Ciro Gomes se aproximam desse lugar. Eles precisam participar dos debates da sociedade e até ter um candidato em 2022”, afirmou Maia, que afastou a possibilidade de ser vice em uma possível candidatura de Luciano Huck. “Posso ser deputado mesmo. Só quero poder contribuir com uma agenda com a qual me identifico”, desconversou.
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Sobre o governo Bolsonaro, Maia disse que já alertou a sociedade “sobre um governo que ia mais pro confronto do que resolver os problemas do Brasil”. “Bolsonaro tinha a intenção de governar por decretos. O Senado e a Câmara mostraram que não permitiriam isso”, afirmou.
Já em relação aos ministros de Bolsonaro, o presidente da Câmara disse que, “dos novos ministros desse governo que não vieram da política, Paulo Guedes foi o que melhor entendeu o que é política”. Maia, contudo, fez uma ressalva a Guedes: “Precisa entender que as coisas não acontecem da noite pro dia, como a privatização da Eletrobrás”.
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