Com base nas prestações de contas registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o jornal aponta que o deputado Rodrigo Maia, atual presidente da Câmara e candidato à reeleição, apresentou proposta, em 2004, para proibir a cobrança da CPMF (imposto cobrado sobre transações financeiras), imposto nada bem visto pelo mercado financeiro, seus principais doares na eleição de 2002.
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De acordo com levantamento, Maia, que está em seu quinto mandato, naquele ano recebeu doações de sete empresas do setor financeiro, incluído o Banco Itaú e a Bolsa de Valores de São Paulo. O imposto foi extinto em 2007. Em 2014, o parlamentar apresentou proposta para suspender resolução da Agência Nacional do Petróleo (ANP) que definia novas regras para a exploração de petróleo e gás natural por meio de uma técnica chamada fraturamento hidráulico. Na eleição realizada em 2010, o deputado recebeu R$ 300 mil da empreiteira UTC, que atua no ramo petrolífero. A reportagem aponta ainda outras propostas de Maia relacionada a seus doadores.
Com o deputado Jovair Arantes a situação não é diferente. O congressista apresentou propostas que indicam essa relação em áreas de telecomunicação, agronegócio, táxi aéreo, mercado financeiro e bebidas. Em 2014, a campanha de Jovair teve como principal patrocinadora a Telemont, que doou R$ 553 mil. Conforme apontou o levantamento, Arantes propôs em 2015 uma emenda para reduzir a zero as alíquotas da contribuição para o PIS/Pasep e do Cofins incidentes sobre a receita bruta de venda de produtos de telecomunicações.
Na área de bebidas, empresas ligadas à Ambev e à Coca-Cola doaram R$ 228 mil. O deputado apresentou requerimento de urgência em 2015 para que o plenário analisasse proposta para alterar o Código de Trânsito Brasileiro e permitir condução de veículos após ingerir pequenas quantidades de bebida alcoólica.
Ao jornal, o deputado Rodrigo Maia, por meio de sua assessoria, disse que “não há como atribuir nexo causal entre as propostas apresentadas por ele e as contribuições de campanhas – todas, aliás, executadas dentro da legislação vigente e aprovadas pelos tribunais eleitorais”.
PublicidadeConfira a íntegra da reportagem no site do jornal O Estado de S. Paulo