Reportagem publicada hoje pelo jornal Correio Braziliense mostra como atuava a máfias dos sanguessugas no Congresso Nacional. Segundo a matéria, às vésperas das eleições de 2002, a Planam, empresa da família Trevisan-Vedoin, irrigou o Congresso com dinheiro das ambulâncias superfaturadas. O livro-caixa da Planam, referente a agosto daquele ano, aponta dez atuais e ex-congressistas como beneficiários do dinheiro.
De acordo com a reportagem, entre os dias 1º e 27 daquele mês, o livro-caixa da Planam registrou R$ 189.045,80 em depósitos para deputados e ex-deputados. Os pagamentos tinham um padrão. Das 13 transferências, seis foram de exatos R$ 10 mil, mas há casos de depósitos de R$ 1,5 mil e de até R$ 50 mil. O ex-deputado Bispo Rodrigues (RJ) recebeu a maior quantia: R$ 50 mil, transferidos a ele, no dia 13. Rodrigues renunciou ao mandato no ano passado, depois que teve o nome envolvido no escândalo do mensalão.
Ainda segundo o livro-caixa da Planam, o mato-grossense Pedro Henry (PP) é registrado como o beneficiário de 10 depósitos, no valor de R$ 3.584,58 cada. Paulo Feijó (PSDB-RJ) teria recebido R$ 20 mil, no dia 13. Nilton Capixaba (PTB-RO) e Eduardo Seabra (PTB-AP) ganharam R$ 10 mil, cada, respectivamente nos dias 1º e 27.
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O ex-deputado José Carlos Fonseca (ES), teria recebido R$ 20 mil. Fonseca é diplomata e ocupou a Secretaria de Fazenda do governador José Inácio (PSDB). Também constam no livro-caixa da empresa Éber Silva (RJ), então do PST, e o suplente na Câmara Aldir Cabral (PFL-RJ). Eles aparecem como beneficiários de R$ 10 mil, cada.
A reportagem do Correio Braziliense também levantou os autores de projetos que financiaram a compra de ambulâncias com emendas individuais ao Orçamento da União com base nos nomes que constavam no livro-caixa da Planam. Os dez deputados ou ex-deputados liberaram um total de R$ 5,9 milhões. O campeão do grupo foi Paulo Feijó, com R$ 1,27 milhão.
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