Em seu depoimento de delação premiada, Machado afirmou ter se reunido por 15 a 20 minutos com Michel Temer na Base Aérea de Brasília num fim de tarde em setembro de 2012. O delator conta que o então vice-presidente lhe pediu doação para a campanha de Gabriel Chalita (PMDB) a prefeito de São Paulo. Esta foi a primeira citação direta a Temer no âmbito da Lava Jato. O presidente interino, porém, negou o pedido para Chalita e classificou a delação de Machado como “irresponsável e leviana”.
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A aeronáutica diz não ter mais os registros de entrada e saída da Base Aérea em 2012. Segundo os militares, só os dados dos últimos dois anos são guardados. Machado, por sua vez, deve entregar as provas do que delatou até o próximo dia 4, segundo prazo estipulado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Os advogados do ex-presidente da Transpetro ainda pretendem se encontrar com o cliente em Fortaleza, onde ele cumpre prisão domiciliar. Segundo O Globo, eles analisarão quais denúncias serão acrescentadas na delação. As tratativas, segundo a defesa, vão incluir as citações a Temer.
O nome de Temer apareceu após o vazamento dos áudios gravados pelo ex-presidente da subsidiária da Petrobras com lideranças do PMDB, que estavam mantidos em sigilo sob a guarda do Supremo. Durante conversa com o ex-presidente José Sarney, Machado disse que “ajudou” na campanha eleitoral de Chalita. “O Michel… eu contribuí para o Michel. Não quero nem que o senhor comente com o Renan. Contribuí com o Michel para a candidatura do menino. Falei com ele até em lugar inapropriado, na base aérea”, relata Sérgio Machado. O termo “menino” é utilizado como referência a Chalita.
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