Os ânimos do líder do PL, deputado Sandro Mabel (GO), e da deputada Raquel Teixeira (PSDB-GO) ficaram exaltados ao final da acareaçção entre eles no Conselho de Ética da Câmara. Mabel falou aos jornalistas no final do encontro que a deputada goiana “continua mentindo”. Mabel ressaltou que a deputada não apresentou provas, quando ficaram frente a frente.
O líder do PL foi acusado de ter oferecido à Raquel Teixeira R$ 1 milhão “em luvas” e mais R$ 30 mil por mês para que ela migrasse para o partido dele. “Eu estou nesse processo somente por causa dela. O próprio (ex-deputado) Roberto Jefferson (presidente do PTB) pediu para retirar essa acusação porque não havia prova robusta”, disse Mabel, na saída da acareação. O pedido de abertura de processo contra Mabel foi feito pelo PTB.
Como álibi para contestar a denúncia da deputada, Mabel afirmou que Raquel compareceu a um jantar de comemoração à sua posse na liderança do PL, que teria ocorrido após a suposta oferta. Para Mabel, se era verdade que a deputada tinha ficado indignada com a suposta oferta, não haveria razão para sua presença no jantar.
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Mabel disse ainda não ter “a menor preocupação” de ser cassado. “Quero é limpar minha honra. Tanto que nem entrei no Supremo (Tribunal Federal) para evitar atraso nesta acareação”, afirmou. Sandro Mabel classificou Raquel Teixeira de “oportunista e mentirosa”. “Ela queria ganhar espaço no governo, e ganhou: virou secretária (estadual de Educação de Goiás).”
Raquel Teixeira, por seu lado, saiu da reunião afirmando estar “tranqüila, muito satisfeita”. “Mantive a minha versão. Há um ano e meio falei que recebi oferta de R$ 30 mil. Um ano e meio depois, Roberto Jefferson falou nos mesmos 30 mil. De onde eu teria tirado esse número?”, questionou.
A deputada ressaltou que não é acusadora, e sim, testemunha. “Quem acusou foi o PTB e cabe a ele o ônus da prova”. Sobre a festa de posse de Mabel, Teixeira disse que foi convidada devido a um “compromisso”.
O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), disse, antes do final do encontro, que a acareação entre Mabel e Raquel não havia produzido provas contra o líder do PL.