Acusado pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de participar do esquema do mensalão, o líder do PL na Câmara, Sandro Mabel (GO), negou veementemente ter oferecido dinheiro à deputada Raquel Teixeira (PSDB-GO) para que ela se filiasse ao Partido Liberal. Em depoimento ao Conselho de Ética, nesta quinta-feira (29), Mabel acusou a deputada de inventar o episódio para se valorizar politicamente diante do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).
Mabel contou que foi Raquel quem o procurou no ano passado demonstrando interesse em trocar o PSDB pelo PL. O líder contestou a versão da deputada de que ele teria ofertado R$ 1 milhão em “luvas” e R$ 30 mil mensais para que ela migrasse para a base governista. O deputado afirmou que foi ao gabinete de Marconi logo depois de saber que Raquel havia relatado ao governador a suposta oferta financeira.
O líder do PL disse que se pôs à disposição de Marconi para uma acareação com a deputada. O tucano, no entanto, teria encerrado a conversa, dando-se por satisfeito com suas explicações.
De acordo com Mabel, a intenção da colega era “mostrar (ao governador) que estava valendo muito”. Logo em seguida, lembrou, ela foi nomeada secretária estadual de Ciência e Tecnologia. Assim que estourou o escândalo do mensalão, Marconi declarou que havia denunciado a suposta oferta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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O deputado afirmou que, assim como Raquel, era pré-candidato ao governo de Goiás, mas que, diante da denúncia, desistiu de disputar o cargo. Mabel também manifestou interesse em processar o PTB por causa da abertura do processo de cassação contra ele no Conselho de Ética.
O líder ressaltou que precisa ser julgado para provar aos eleitores sua inocência e que, por isso, não aceita que o PTB retire a representação movida contra ele. Há duas semanas, o ex-deputado Roberto Jefferson recuou e declarou que não havia provas consistentes que incriminassem o liberal.
Mabel é um dos 16 parlamentares citados no relatório conjunto das CPIs dos Correios e do Mensalão como beneficiários do esquema assumido pelo empresário Marcos Valério Fernandes e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
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