A ida do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, ao Senado, na manhã de hoje (17) para prestar esclarecimentos sobre as denúncias que envolvem o seu nome, pode ter fortalecido sua permanência no cargo, ainda que não tenha apresentado provas concretas. A avaliação foi feita pelos senadores correligionários que acompanharam a audiência. “Eu cheguei a achar que o ministro não deveria vir aqui hoje, mas acho que ele se saiu muito bem e está mais fixo no cargo”, avaliou o senador Cristovam Buarque (PDT-DF)
Apesar da avaliação positiva, a cúpula do partido ainda não definiu uma posição clara sobre se defende ou não a permanência de Lupi no governo. Após a audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAS), o presidente em exercício do partido, o deputado André Figueiredo (CE) almoçou com os senadores Cristovam Buarque e Acir Gurgacz (RO) no intuito de discutir a crise que assola o partido.
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No entanto, nada de concreto foi definido. “Nós não discutimos a permanência porque depende do ministro querer ficar, e da presidenta querer mantê-lo. O que a gente discutiu é a conveniência para o partido, que nunca se reuniu para discutir isso”, contou Cristovam. O senador defendeu, na audiência, que não só o ministro deixe a pasta como também o partido abra mão do ministério. “A minha posição é que podemos ficar na base de apoio do governo mas sem nenhum cargo. O PDT não precisa de cargos para ficar do lado certo. E sem esse compromisso, nós vamos encontrar a identidade que perdemos”, afirmou.
Para Cristovam, o governo trata o partido como uma espécie de vassalo e por isso ele teria passado a defender essa posição. “Teremos representação aqui no Congresso e aí votamos, sempre que for bom a favor, e quando for ruim, votamos contra”, disse.
De acordo com o senador, a crise causa desgaste interno porque o partido deixa de aproveitar o tempo útil para definir posições claras e ao mesmo tempo, fica um partido dividido em que cada um fala uma coisa. O senador também criticou a falta de um posicionamento da legenda, que está dividida.
Carlos Lupi esteve no Senado hoje pela manhã a convite dos senadores, que queriam explicações sobre as recentes denúncias de que o ministro teria viajado ao Maranhão em avião particular cedido pelo empresário Adair Meira, dono de ONGs conveniadas com o ministério. Lupi negou que tenha dito que não conhecia o envolvido. Disse que sua fala foi descontextualizada e que respondeu que não tinha relação pessoal com Adair.
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