O presidente Lula criticou os atos de violência cometidos por facções criminosas no Rio de Janeiro na semana passada. Em discurso do parlatório do Palácio do Planalto a pessoas que acompanhavam a cerimônia de posse hoje na Praça dos Três Poderes, ele classificou o episódio como um ato terrorista e prometeu punição exemplar aos culpados.
”Vou conversar com meu ministro da Justiça para que essa barbaridade do Rio de Janeiro não seja tratada como crime comum. Isso é terrorismo. Já extrapolou o banditismo convencional. Quando um grupo de chefes de dentro da cadeia consegue da ordem para matar inocente na rua, nós precisamos discutir profundamente, porque o que aconteceu no Rio de Janeiro foi uma prática terrorista das piores que já vi nesse país”, declarou.
Falando de improviso, o presidente ressaltou novamente a origem de retirante nordestino que chegou ao mais alto cargo da República. Em tom messiânico, ele afirmou que sua reeleição foi obra da providência divina. “Recebo isso como uma benãõ de deus porque eu digo sempre que chegar onde eu cheguei saiindo de onde eu sai eu só posso dizer que existe um ser superior que decide os destinos de cada um de nós.”
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Lula agradeceu aos eleitores e exaltou sua relação com o povo. Disse que, nos momentos difíceis, a população “entrou em campo” para defender o governo. “Em momentos muito difíceis, quando alguns imaginaram que o jogo tinha acabado, o povo entrava em campo e dizia claramente: ‘nós construímos a democracia deste país, nós vamos sustentar a democracia deste país, custe o que custar, doa a quem doer’”, reforçou.
O presidente, sindicalista, elogiou o trabalho de José Alencar na vice-presidência e afirmou que consegue ver no colega, empresário, a união ideal entre capital e trabalho. Lula agradeceu também aos parlamentares e disse que sempre pode contar com a ajuda de deputados e senadores para aprovar projetos importantes. Em seguida, ele disse que espera contar com essa agilidade no próximo mandato.
O petista agradeceu também aos estudantes, mulheres e aos trabalhadores e disse, como presidente, abriu as portas do governo à população. “Quando fui dirigente sindical, a gente tinha até dificuldade de entrar no Congresso. Nesse palácio, nem pensar. Esse palácio precisa aprende a receber aqueles que muitas vezes nem conseguem passar perto dele.”
Lula prometeu novamente destravar o país para promover um crescimento sustentável, duradouro e com distribuição de renda nos próximos quatro anos. Ele afirmou ainda que será o presidente de todos, mas que vai priorizar os menos favorecidos. “Sou presidente de todos, sem distinção. Mas não se engane. Eu continuarei fazendo o que faz uma mãe. Eu cuidarei primeiro daqueles mais necessitados, dos mais fragilizados”, avisou.
O petista falou do público modesto que acompanhou o discurso – abaixo dos 50 mil esperados – e reclamou do fato de a posse ocorrer no dia 1° de janeiro. Depois, quando já deixava o parlatório, ele retornou e agradeceu a presença de um convidado ilustre, o carnavalesco Joãozinho Trinta. Lula encerrou o discurso com a frase que marcou a campanha eleitoral. “Deixa o homem trabalhar, senão o país não cresce”, afirmou. (Diego Moraes)
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