Edson Sardinha

O presidente Lula disse hoje (21) que os números da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) mostram que, mesmo em ritmo lento, as conquistas sociais têm avançado de forma consistente no Brasil. De acordo com o presidente, o nível de vida do brasileiro tem subido “degrau a degrau”.

“O fato de você melhorar as condições de vida do povo brasileiro, o fato de aumentar a massa salarial, o fato de aumentar a quantidade de casas com coleta de esgota e tratamento de esgoto, o fato de você melhorar o acesso das pessoas à internet, vêm demonstrando que o Brasil encontrou, definitivamente, o seu caminho”, afirmou Lula no Café com o Presidente, seu programa semanal de rádio.

Lula defendeu a continuidade das políticas sociais do atual governo por seu sucessor. Na avaliação do presidente, as conquistas sociais podem levar o Brasil a alcançar um novo patamar de desenvolvimento no cenário mundial nos próximos 15 anos.

“Depois que vier uma outra pessoa governar este país, se ele continuar fazendo com que haja, ano a ano, um avanço nas conquistas das pessoas, a gente pode concluir que, dentro de mais 10 ou 15 anos, nós estaremos, sabe, num patamar de desenvolvimento, de conquista social muito mais importante para o povo brasileiro. Sobretudo, se a gente continuar aumentando o salário mínimo, se a gente continuar gerando empregos com carteira profissional assinada, se a gente continuar investindo em levar água potável para as pessoas, e levar saneamento básico, se a gente continuar levando energia elétrica para todo mundo”, declarou.

O presidente também defendeu o Zoneamento Agroecológico para a Cana-de-açúcar, lançado na semana passada, para estimular a produção e venda do etanol no mercado internacional. “Em toda a Amazônia, o Pantanal e a Bacia do Alto Paraguai será, praticamente, proibido plantar cana-de-açúcar. Ou seja, nós queremos mostrar que temos competência de produzir uma matriz energética, um combustível novo, capaz de gerar sequestro de carbono, capaz de emitir menos gás de efeito estufa e capaz de poluir menos o planeta e, ao mesmo tempo, gerar emprego e não avançar, sabe, nas áreas que nós queremos preservar, que é a Amazônia, que é o Pantanal e que é a Bacia do Alto Paraguai”, disse Lula.

Confira abaixo a íntegra do Café com o Presidente ou ouça aqui o programa.

“Apresentador: Presidente, o IBGE divulgou, na semana passada, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a Pnad 2008. Que análise dá para fazer em cima dos números divulgados?

Presidente: Olha, Luciano, primeiro, eu fiquei feliz com a pesquisa, porque ela demonstra que há um avanço nas conquistas sociais do povo brasileiro. Um avanço lento, mas um avanço que vem como se fôssemos subindo uma escada, degrau por degrau. E a cada ano que passa, vem melhorando muito. Ou seja, o fato de você melhorar as condições de vida do povo brasileiro, o fato de aumentar a massa salarial, o fato de aumentar a quantidade de casas com coleta de esgota e tratamento de esgoto, o fato de você melhorar o acesso das pessoas à internet, vêm demonstrando que o Brasil encontrou, definitivamente, o seu caminho. E nós estamos melhorando a vida das pessoas, ou seja, as pessoas estão comendo mais, morando melhor, as pessoas estão tendo acesso a determinados serviços, que antes as pessoas não tinham, e isso tudo é importante. Agora, mais importante ainda é que a gente continue garantindo que as pessoas tenham, ano a ano, as conquistas. Ora, depois que vier uma outra pessoa governar este país, se ele continuar fazendo com que haja, ano a ano, um avanço nas conquistas das pessoas, a gente pode concluir que, dentro de mais 10 ou 15 anos, nós estaremos, sabe, num patamar de desenvolvimento, de conquista social muito mais importante para o povo brasileiro. Sobretudo, se a gente continuar aumentando o salário mínimo, se a gente continuar gerando empregos com carteira profissional assinada, se a gente continuar investindo em levar água potável para as pessoas, e levar saneamento básico, se a gente continuar levando energia elétrica para todo mundo. Ou seja, nós vamos garantir uma melhoria substancial na vida das pessoas mais pobres do país. Eu acho que é isso que conta, sabe, num governo, é isso que conta nas políticas públicas e é isso que a Pnad me deixou muito feliz, ou seja, nós demos um passo importante para melhorar a vida das pessoas.

Apresentador: Presidente, o senhor acabou de fazer uma análise ressaltando a questão da estabilidade econômica, que, com certeza, ajudou a melhorar o país. Agora, além da questão econômica, a pesquisa traz também outros dados, que devem ser ressaltados. Não?

Presidente: Veja, os dados mais importantes é a melhora da vida das pessoas, seja na questão salarial, seja na questão de saneamento básico, seja na questão de energia elétrica para as pessoas, seja na questão do acesso à internet, seja na questão do analfabetismo, que vai uma coisa mais lenta, porque é mais difícil você alfabetizar adulto nesse país. Mas se você pegar a quantidade de crianças nas escolas, aumentou. Sobretudo, de quatro a sete anos de idade, que é um dado muito importante, porque até então essas crianças tinham poucas chances. E nós estamos fazendo coisas importantes, porque só do ponto de vista da educação infantil, nós vamos ter 1,5 mil creches financiadas pelo governo federal, para a gente possibilitar, não apenas que as crianças tenham acesso, sabe, à escola mais cedo, mas para a gente possibilitar que as mães dessas crianças possam trabalhar com muita tranquilidade, porque tem uma instituição pública cuidando das crianças. Essas coisas é que contam, na verdade, para melhorar a qualidade de vida de uma nação.

Apresentador: Você está ouvindo o Café com o Presidente, o programa de rádio do Presidente Lula. Agora mudando de assunto, presidente, na quinta-feira passada, o senhor lançou o Zoneamento Agroecológico para a Cana-de-açúcar. O que prevê a proposta?

Presidente: Luciano, eu acho que o anúncio da política de zoneamento agroecológico aqui no Brasil, foi uma coisa inédita, e talvez no mundo inteiro, ninguém nuca tenha feito o que nós fizemos aqui. O que que nós queremos mostrar para o mundo? Nós queremos mostrar para o mundo, primeiro que o etanol é uma energia renovável extraordinária, que pode permitir ser exemplo para o mundo, ou seja, se quiser diminuir a emissão de gases de efeito estufa. Segundo, se você quiser também emitir um sinal de seqüestro de carbono, porque quando a cana está crescendo ela está seqüestrando carbono. Mas o mais importante é que nós preservamos algumas áreas muito importantes. Ou seja, em toda a Amazônia, o Pantanal e a Bacia do Alto Paraguai será, praticamente, proibido plantar cana-de-açúcar. Ou seja, nós queremos mostrar que temos competência de produzir uma matriz energética, um combustível novo, capaz de gerar sequestro de carbono, capaz de emitir menos gás de efeito estufa e capaz de poluir menos o planeta e, ao mesmo tempo, gerar emprego e não avançar, sabe, nas áreas que nós queremos preservar, que é a Amazônia, que é o Pantanal e que é a Bacia do Alto Paraguai. Então, um fato inédito, e é muito importante para a participação no Brasil, na questão do clima, lá em Copenhague. E eu penso que nós aprendemos que cuidar da nossa floresta, cuidar da nossa fauna é uma vantagem comparativa para que o Brasil possa colocar os seus produtos, sabe, advindos da cana-de-açúcar, no mundo moderno, chamado mundo desenvolvido, que tanto reclama do aquecimento do planeta e que tão pouco faz, para que o planeta não seja aquecido com o gás do efeito estufa.

Apresentador: Obrigado, presidente Lula, e até a próxima semana.

Presidente:  Obrigado a você, Luciano, e, na próxima semana, eu estarei fazendo o Café com