No último dia de propaganda eleitoral gratuita de TV, os dois presidenciáveis jogaram as cartas finais na busca pela vitória na disputa que termina domingo (29), dia da votação de segundo turno.
O candidato tucano à Presidência da República, Geraldo Alckmin, usou o horário de hoje para destacar suas realizações no governo paulista, desferir ataques ao presidente Lula, candidato à reeleição, e se apresentar como a pessoa capaz de imprimir uma conduta ética ao governo federal. Alckmin repetiu agora à tarde acusação, feita pela primeira vez no programa de ontem à noite, de que Lula privatizou a Amazônia ao autorizar empresas estrangeiras a explorarem a floresta, pelo prazo de 60 anos.
Já o programa de Lula adotou uma linha francamente emocional, aproveitando o aniversário do presidente, que completa hoje 61 anos. Entre imagens de brasileiros dando as mãos e pronunciamentos do petista, a propaganda pregou a união do país. Mas a maior novidade ficou por conta da aparição do escritor Paulo Coelho, que parabenizou Lula e anunciou seu voto pela reeleição do presidente. "Neste domingo, estaremos todos votando de novo por mais quatro anos de fé, esperança e realização".
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"O Brasil pode mais porque você pode mais"
Alckmin investiu a maior parte dos seus 10 minutos de horário eleitoral na apresentação de projetos e obras realizados em São Paulo na época em que era governador do estado (2001 a 2006). Dentre eles, o programa de habitação, que, segundo a propaganda tucana, é "o maior da América Latina", além da construção de hospitais e reforma de estradas.
O ex-governador falou sobre o tipo de governante que pretende ser. "O papel do governo é baixar imposto para o trabalhador. O papel do governo é investir na educação do seu filho. O papel do governo é cuidar da segurança. O papel do governo é não roubar e não deixar roubar. E colocar o Brasil no caminho do crescimento", declarou.
Críticas indiretas ao adversário foram feitas durante toda a propaganda. Foram exibidos dois depoimentos de donas de casa afinadas com o "discurso ético" tucano. "Aqui em casa a gente ensina a não roubar e a não mentir", diz uma delas para depois associar o voto em Alckmin ao voto no "futuro" do país. Outra mãe, também de nível social aparentemente modesto, afirmou: ""Ensinei meu filho a ser honesto e sei que domingo ele fará o que é certo".
Depois, o tema reapareceu nas declarações do próprio candidato: "O povo quer ética na política e eficiência no governo. O povo quer emprego". Em seguida, veio a denúncia da "privatização" da Amazônia. "Diga não à privatização da Amazônia! Diga não a Lula!", disse o narrador.
Por fim, convocou os eleitores de todo o Brasil. "Quero pedir o seu voto no próximo domingo, um voto de confiança, um voto de alegria, um voto de esperança, pois com trabalho e seriedade vamos, sim, fazer uma Brasil melhor. O Brasil pode mais porque você pode mais", ressaltou.
"Seja quem for eleito, a sua primeira missão será unir o Brasil"
O clima de festa do aniversário também tomou conta da propaganda de Lula. A confraternização televisiva teve direito até a presença do escritor Paulo Coelho, que além dos parabéns, afirmou que iria domingo às urnas votar mais uma vez no petista. Isso antes de várias crianças invadirem a tela carregando um bolo para Lula.
Lula investiu boa parte do horário defendendo os avanços conquistados nos últimos quatro anos. Acrescentou que, depois de domingo, se confirmada sua vitória, ainda terá muito a fazer pelo país.
"Seja quem for eleito, a sua primeira missão será unir o Brasil, pois são muitos desafios internos e externos para que a gente se perca em brigas pessoais ou em disputas partidárias menores. Qualquer projeto de nação pode – e deve – abrigar pessoas de origens e posições diversas. Somente assim ele poderá atender aos anseios de toda a sociedade. É preciso ficar claro que a disputa eleitoral acaba domingo. Depois começa uma nova etapa onde só interessa a vitória do Brasil", disse.
"Temos tudo pra crescer mais rápido e gerar mais emprego. Além de melhorar a saúde, a segurança e a educação. O mais importante é crescer da forma certa, diminuindo a diferença de renda", discursou Lula.
O petista também ressaltou que possuirá uma "base sólida no Congresso" e que está "pronto para montar uma nova equipe", afirmando assim, que o segundo mandato terá muito mais conquistas do que o primeiro para o crescimento do país. "Não se esqueça que temos um encontro importante domingo", finalizou Lula.
Fora isso, clipes, jingles e imagens de brasileiros de diversos estratos sociais e raças dando as mãos, em diferentes cidades do país. (Renaro Cardozo)
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