Mário Coelho
O presidente Lula disse na manhã desta terça-feira (28) que, se o PMDB e o PT “tiverem juízo”, estarão na mesma aliança política em 2010. A declaração foi dada durante entrevista a radio Correio Sat, de Campina Grande (PB). Lula esteve na cidade para a inauguração do campus do Instituto Federal da Paraíba, escola técnica com cursos de nível médio em áreas como informática e mineração e curso superior de tecnologia em telemática.
Além disso, o presidente também comentou a situação no Senado. Disse que os parlamentares deveriam se reunir, após o término do recesso, e tentar resolver a crise atual. “O Senado tem maioridade para resolver o seu problema. O que não pode é deixar a coisa esticar, esticar e esticar. Porque, a cada dia, se você tem uma novidade, por menor que ela seja, você vai criar um desgaste na instituição”, afirmou Lula. Para o presidente, não é possível deixar o desgaste continuar, pois isso “mata as pessoas e mata a instituição”.
Sobre a aliança, Lula revelou que pediu ao presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), e ao presidente licenciado do PMDB, deputado Michel Temer (SP), que se reunissem e começassem a mapear as possibilidades de aliança entre os dois partidos em todo o território nacional. Apesar de ressaltar que existe “um tempo correto” para discutir as próximas eleições, o petista não deixou de apontar a necessidade de aliança nos estados com o PMDB.
“Vai ter estado que não vai ser possível, vai ter estado que vai ter dois candidatos da base do governo, vai ter estado que pode ter três. Isso [ter três candidatos] é uma coisa que eu considero anormal do ponto de vista político, vamos ter que ter maturidade para saber como a gente vai fazer a campanha sem interferir no resultado dos estados para não prejudicar nenhum companheiro”, respondeu Lula, quando questionado sobre as possíveis alianças para 2010. “Se o PMDB e o PT tiverem juízo, estaremos construindo uma grande aliança no ano que vem.”
Reforma política
Lula apontou que o Congresso precisa aprovar uma reforma política que fortaleça os partidos, para que não aconteçam as “turbulências que se vive de vez em quando no Congresso Nacional”. O presidente lembrou que sete itens foram enviados pelo governo e até agora não foram apreciados.
“Acho que o Congresso precisa se dar conta que, sem a reforma política, é muito difícil de a gente ter tranquilidade no congresso nacional. É preciso dar força aos partidos políticos, é preciso que os partidos possam fazer acordos com o Executivo, que respeitem os acordos e hoje é muito difícil”, disse o presidente.
Ele reforçou a necessidade de haver regras mais claras no jogo eleitoral. Nessa crítica, acabou sobrando para a Justiça. “Hoje é muito difícil. Veja que a legislação eleitoral, todo ano nós ficamos de acordo com a vontade da Justiça e da interpretação da Justiça. Não é possível. Nós temos que colocar uma coisa que tenha regras mais definidas para todo mundo saber o que vai acontecer em janeiro e em dezembro. Eu espero que o Congresso tenha maturidade para isso”, comentou.
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