O presidente Lula decidiu, em reunião com ministros, que irá realizar corte de gastos a partir de 2007 para levar a queda mais rápida da taxa de juros – a Selic, hoje em 13,75% ao ano. Segundo reportagem do jornal Folha deS. Paulo, no encontro, Lula determinou aos ministros "silêncio" e "fim de bate-boca" sobre a política econômica.
A matéria, de Valdo Cruz e Kennedy Alencar, diz que Lula afirmou que a política econômica de Antonio Palocci, seu ex-ministro da Fazenda, era uma decisão sua e que ela criou as condições para que seja de 5% ao ano a meta de crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo mandato. "Na prática, Lula optou pelo meio-termo na polêmica entre seus ministros sobre o rumo da economia", afirmam os jornalistas.
Eles explicam, por exemplo, que existe o grupo de Dilma (Casa Civil), que defende um corte mais forte nas taxas de juros para sobrar recursos no orçamento, reduzindo o corte de gastos em outras áreas. E a ala do ministro Paulo Bernardo (Planejamento) e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que prega um ajuste fiscal como precondição para aumentar a velocidade de queda da Selic. Na reunião, o presidente afirmou que combinaria as duas linhas, sem jamais permitir que a inflação suba.
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"A Fazenda prega um plano de redução anual das despesas de custeio entre 0,1% e 0,2% do PIB . Cada 0,1 ponto percentual do PIB corresponde a R$ 2,3 bilhões. O Planejamento gostaria de um corte entre 0,2% e 0,3% do PIB também anual. Essa redução seria por um período longo, e o presidente a discutiria com os governadores eleitos e líderes partidários com os quais se reunirá a partir da semana que vem", afirma a matéria.