Durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto, ao comentar o processo de desagregação da sociedade a partir da falência de instituições como a família, o presidente Lula elogiou o documentário A Marcha dos Pingüins, do diretor francês Luc Jaquet. "Ser pingüim é muito difícil. É mais fácil ser gente. Os pingüins sofrem mais do que nós. São mais indefesos” , comparou.
O documentário, que trata da epopéia reprodutiva do pingüim imperador, que realiza longas marchas em pleno inverno antártico para garantir a preservação da espécie, foi classificado por setores da crítica como um libelo conservador.
Críticos viram no roteiro uma metáfora da criação dos homens por Deus e um forte apelo contra a teoria da evolução darwiniana. O filme, no entanto, comoveu o presidente. "O dia em que eu encontrar o cara que fez [Jacquet], vou dar um beijo nele", brincou Lula.
Ganhador do Oscar em sua categoria ano passado, o documentário rendeu mais de US$ 80 milhões só nos Estados Unidos. O valor é dez vezes superior aos custos da produção. No Brasil, A Marcha dos Pingüins ficou em cartaz por nove meses e levou aos cinemas 246 mil pessoas.
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Ainda na coletiva, Lula sinalizou que pretende manter a atual equipe econômica, ao dizer que ela estava "blindada pelo sucesso", e e descartou a possibilidade de tentar mudar a Constituição para postular um terceiro mandato. Leia aqui.