O presidente Lula se reuniu com líderes do PMDB para discutir a “rebelião” do partido que, ontem à noite, levou à extinção da Secretaria Especial de Planejamento de Longo Prazo (Sealopra), chefiada pelo filósofo Mangabeira Unger. O encontro serviu também para buscar inclusive soluções para o impasse dos 660 cargos extintos com o fim da Secretaria, criados pelo Executivo por meio da Medida Provisória 377 (MP 377/07), rejeitada ontem no plenário do Senado.
Estavam presentes à reunião o ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer, a líder do governo no Congresso, Roseana Sarney (PMDB-MA), o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, e o líder do PMDB na Câmara, Luiz Eduardo Alves (RN).
O resultado da votação em plenário – 46 votos contra a MP, e apenas 22 a favor (mais que o dobro) – é um claro sinal da insatisfação do PMDB em relação à distribuição de cargos do governo a membros do Partido dos Trabalhadores (PT). Na semana passada, os petistas José Eduardo Dutra e Maria das Graças Foster foram confirmados pelo Planalto em cargos de diretoria na Petrobras.
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A aprovação da CPMF no Senado seria a moeda de troca do PMDB por recursos e cargos-chave na esfera federal. Para Jucá, a conduta da bancada do partido no Senado seria um reflexo que acontece na Câmara, onde o partido só aprovou a prorrogação da CPMF depois que o governo garantiu, por meio de Mares Guia, a distribuição de cargos e a liberação de recursos de emendas orçamentárias.
Enquanto isso, Mangabeira Unger, que agora ironicamente não sabe qual será o futuro do “Ministério do Futuro” (apelido jocoso dado pela imprensa à Secretaria), reserva-se ao silêncio e, por meio de sua assessoria, diz que não se manifestará sobre a decisão do Senado. (Fábio Góis)
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