Reportagem da revista Veja desta semana aponta que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, por meio de sua empresa de palestras, a LILS, cerca de R$ 10 milhões, vindos de contratos obtidos junto à empresas investigadas pela Operação Lava Jato.
Ao todo, de abril de 2011 a maio deste ano, a empresa de Lula teve uma movimentação de R$ 52 milhões (entre saída e entrada de capitais). Destes, a LILS recebeu R$ 27 milhões pagos por diversas empresas por palestras realizadas pelo ex-presidente. Segundo a Veja, encabeçam a lista de clientes do ex-presidente a Odebrecht, a Andrade Gutierrez, a OAS e a Camargo Corrêa. Elas são as principais empresas envolvidas no esquema de desvios de recursos da Petrobras. A LILS recebeu, ao todo, R$ 9.851.582,93 destas quatro empreiteiras.
Os dados constam de relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda, encaminhados ao Ministério Público Federal (MPF) e à Polícia Federal (PF) no âmbito das investigações da Lava Jato. “O relatório sobre a LILS classifica a movimentação financeira da empresa de Lula como incompatível com o faturamento. Os analistas afirmam no documento que ‘aproximadamente 30%’ dos valores recebidos pela empresa de palestras do ex-presidente foram provenientes das empreiteiras envolvidas no escândalo do petróleo”, informa a revista Veja.
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Esta, no entanto, é a segunda vez em menos de uma semana que o nome de Lula é citado no processo de investigação da Operação Lava Jato. Na sexta-feira (15), o jornal O Estado de S. Paulo mostrou que a PF interceptou uma ligação entre o ex-presidente com o diretor da Odebrecht Alexandrino de Salles Ramos de Alencar. Eles discutiam assuntos relacionados ao BNDES. A Odebrecht tem investimentos no exterior financiados pelo BNDES e existe uma investigação no MPF relacionada a eventual crime de tráfico de influência cometido pelo ex-presidente em favor da empreiteira.