O presidente Lula pediu ontem ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT), que evite a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito do Apagão Aéreo. Para criar uma CPI, o requerimento de instalação precisa ser assinado por 171 dos 513 deputados, relata a Folha de S. Paulo. A oposição obteve 211 assinaturas, sendo 113 de parlamentares que integram a base aliada.
De acordo com o repórter Kennedy Alencar, a estratégia do governo é promover uma retirada em massa dessas assinaturas, a maioria de insatisfeitos com a eleição de Chinaglia e com a demora da reforma ministerial. Para aliados do presidente, há o risco de a CPI do Apagão Aéreo se transformar numa nova CPI dos Bingos – conhecida como "CPI do Fim do Mundo", tamanha a variedade de temas investigados. Lula teme que, além de ser uma trincheira para a oposição, a comissão acabe atrasando a aprovação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Outra forma de evitar a criação da CPI, prossegue Kennedy, seria Arlindo Chinaglia rejeitar o requerimento alegando que não existe um fato determinado que justifique as investigações. Para Otávio Leite (PSDB-RJ) e Vanderlei Macris (PSDB-SP), autores do pedido de instalação, esse fato inicial teria sido o acidente com o Boeing 737 da Gol ocorrido em 29 de setembro do ano passado.
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Ontem o Líder do PT na Câmara, deputado Luiz Sérgio (RJ), afirmou que a CPI do Apagão Aéreo é pauta vencida. "O debate que a oposição quer fazer envolvendo a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) não tem nada a ver com o sistema dos controladores de vôo. Então, essa é uma tentativa de recolocar uma pauta vencida na sociedade brasileira".
Já o ministro da Defesa, Waldir Pires, garantiu que as investigações não vão atrasar as políticas do governo para o setor aéreo. "Iremos lá para esclarecer tudo. Se há uma coisa que eu amo é transparência".
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