Fim da reeleição em cargos eletivos. Eis o fator que move, segundo reportagem da revisa IstoÉ, um acordo em curso de iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do próprio PT com dois tucanos. Isso mesmo, dois tucanos: os governadores José Serra (São Paulo) e Aécio Neves (Minas Gerais). Segundo a matéria, Lula teria procurado os governadores para promover um entedimento entre eles. O objetivo: que os tucanos se acertassem em torno de um candidato único do PSDB para a sucessão presidencial de 2010, com a condição de que apoiassem o projeto que acaba com a reeleição.
Segundo a publicação, em meados do ano passado o senador petista Sibá Machado (AC) apresentou à Comissão de Constituição e Justiça um projeto de emenda à Constituição que tratava do assunto. O relator da matéria no colegiado foi o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), então presidente nacional da legenda. Contudo, a intenção do projeto foi frustrada devido aos rumores de que o presidente Lula, reeleito com ampla margem de diferença em relação a Geraldo Alckmin (a despeito do escândalo do mensalão, que maculara seu primeiro mandato) e gozando de substancioso apoio popular, estaria tentado a disputar a Presidência da República pela terceira vez.
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Projeto em descrédito em 2007, nos primeiros dias deste ano a idéia voltou a rondar o Parlamento, por indicação, novamente, do presidente Lula. Os mensageiros do Planalto entre os congressistas foram o governador baiano Jacques Wagner (PT), o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, e o deputado tucano Jatahy Magalhães (BA), responsáveis pela reinserção da hipótese no âmbito do PSDB. Além de ser conveniente para o próprio Lula, devido a alternância de poder que poderia beneficiá-lo num futuro próximo – bem como ao próprio PT – , o acordo serviria para apascentar os ânimos entre Serra e Aécio no partido.
E o assunto já começa a render frutos, segundo a revista. No dia 28 de janeiro, Aécio recebeu em sua residência em Belo Horizonte, para um jantar, o governador José Serra. Em cerca de duas horas de conversa, o “aval” da Presidência foi tratado como prioridade. (Fábio Góis)
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