“Acho que primeiro precisamos arrumar as coisas dentro do PT, discutir internamente o que vamos fazer. Eu não tenho dúvidas de que o PT tem que ser um partido de oposição, vai ter que reaprender a fazer oposição”, disse Lula. Ele acrescentou que não descarta a possibilidade de diálogo com o presidente Michel Temer: “Se algum dia for necessário conversar com qualquer pessoa eu conversarei, mas eu não acho necessidade nesse momento”, afirmou o ex-presidente.
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Lula, responsável pela indicação de Cármen Lúcia ao STF em 2006, assistiu à cerimônia no plenário da corte – foi a primeira vez que o petista e Temer dividiram o mesmo espaço público desde o rompimento do PT e do PMDB.
O ex-presidente também criticou o julgamento que condenou Dilma Rousseff. “Acho que o Brasil aprendeu que ainda falta muito para consolidar o nosso processo democrático”, disse Lula. “O impeachment foi consagrado apenas por uma maioria política eventual, sem levar em conta a inexistência de crime de responsabilidade é crime e é grave. Apesar de ter uma maioria no Senado, todos que votaram sabem, até porque foi uma votação totalmente política porque não tinha base legal, não tinha crime que pudesse referendar. Eu penso que é um alerta para a gente tentar aperfeiçoar o nosso processo democrático”, avalia Lula.
Cunha
Questionado sobre a votação que pode cassar o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), responsável pelo início do processo impeachment de Dilma Rousseff, em dezembro, Lula apenas respondeu: “Se eu fosse deputado…”.
Manifestação
A alguns metros do local em que Lula falava à imprensa, um pequeno grupo de manifestantes protestavam com faixas e buzinas e pedia a prisão do ex-presidente. O petista disse que o ato fazia parte do sistema democrático. “Tudo que quero na vida é que o povo se manifeste”, concluiu.