O presidente Lula afirmou, na semana passada, aos coordenadores da campanha de reeleição que em 2007 o "PT precisa passar por um profundo processo de transformação". Isso é o que diz matéria do jornal O Estado de S. Paulo.
De acordo com o texto, de autoria da jornalista Vera Rosa, Lula pretende fazer uma "revisão dos 27 anos" (idade que o partido terá no ano que vem), mas sem fazer um "choque de gestão". "Mas vocês precisam ajudar: não dá mais para ficar assim", disse aos coordenadores.
O congresso do PT, que foi adiado várias vezes para que disputas internas não atrapalhassem o governo Lula, agora é aguardado com ansiedade pela equipe do Planalto, que já dispõe de poderes para mudar a direção da legenda.
Para Lula, que está confiante na vitória da disputa presidencial, o PT precisa recompor-se para que ele possa governar de forma satisfatória.
Entretanto, para o deputado federal Paulo Delgado (PT-MG), "ou se salva o Lula ou se salva o PT: os dois não se salvam na sua forma original". Segundo Delgado, criador e criatura não conviverão sem traumas enquanto Lula for presidente.
"O PT doutrinário teve de se adaptar ao governo pragmático e isso violou a sua natureza. Hoje, o PT é um self-service, onde cada um se alimenta de conveniências. Nós, dos chamados mandatos de opinião, fomos ficando ridículos nesse PT pragmático", ressaltou.
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Já o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, acredita que os "partidos que expõem suas crises se salvam, enquanto os que a escondem vão para a sarjeta da história", afirmou.
"Eu acho que o PT terá de fazer, no segundo mandato, o que não fez nos três primeiros anos do governo: mobilizar a sociedade e expor de forma mais franca e aberta as suas posições", declarou o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner.
Por fim, o governador eleito de Sergipe, Marcelo Déda, disse que "precisamos resgatar a nossa alma, cortar os galhos que não prestam mais".