O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse hoje à tarde que uma correspondência assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 29 de setembro de 2004, pode levar o petista a responder por crime de responsabilidade. A declaração de Virgílio repercute matéria publicada na edição da revista Época desta semana.
Na matéria, é mostrado um relatório preliminar do Tribunal de Contas da União (TCU) que pede que a Procuradoria-Geral da República ofereça denúncia por crime de improbidade contra o presidente e seis auxiliares. Eles seriam denunciados por distribuírem uma carta aos segurados do (INSS) com um anúncio oferecendo operação de crédito consignado. De acordo com os técnicos do TCU, a intenção era favorecer o BMG, banco mineiro que emprestou dinheiro ao PT por meio do esquema do valeriotudo.
Para Virgílio, a atuação do presidente no episódio induziu os segurados do INSS ao erro. Em um dos trechos, o petista afirma que os empréstimos devem ser feitos “para se resolver problemas do cotidiano”. “Empréstimos não são feitos para se resolver problemas do cotidiano, mas questões estruturais”, argumentou.
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Compra bizarra
Virgílio também apresentou, na tarde desta segunda-feira, três requerimentos de informação endereçados ao governo federal. O primeiro requerimento cobra do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, esclarecimentos sobre o texto da Medida Provisória 267, que altera a estrutura do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), criando inclusive um escritório do órgão no exterior. Recentemente, diretores do IRB indicados pelo PT estiveram envolvidos em esquemas de corrupção.
O segundo documento, encaminhado ao presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, pretende esclarecer os motivos pelos quais a estatal tem desembolsado expressivas quantias para patrocinar ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Apenas em publicidade em revistas do MST ao longo do ano passado, a estatal gastou R$ 45,5 mil, segundo acusa a revista Veja desta semana.
O senador também quer saber da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, a utilidade que será dada aos 144 canivetes suíços que a Presidência da República pretende comprar para os seguranças do presidente Lula. “Essa compra é bizarra”, estranhou.
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