O presidente Lula partiu novamente para o ataque contra o DEM a menos de 24h de declarar, em entrevista à Rede TV!, que os Democratas são contrários à Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) por não terem perspectiva de poder.
Durante visita realizada hoje ao Espírito Santo, Lula disse que apenas os sonegadores de impostos são contrários à prorrogação da CPMF, também conhecida como imposto do cheque. “Na verdade, quem tem medo da CPMF é quem sonega imposto. Esse é que tem medo da CPMF, porque é o imposto que vai detectar quem está sonegando”, afirmou.
“Na verdade, o dinheiro da CPMF é para a Saúde, para a aposentadoria de trabalhador rural e para o Bolsa Família. É para isso que serve a questão da CPMF. Quem quer acabar? Quem quer acabar, na verdade, além do PFL [atual DEM] – que torce todo santo dia para as coisas não darem certo neste país, porque eles governaram durante 500 anos e não conseguiram fazer o que o país queria que fosse feito”, completou.
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Os ataques de Lula começaram ontem no programa da Rede TV!,quando ele disse que o DEM, apesar de ter o direito de “estar radicalizado”, não tem perspectiva de poder.
“É um partido que tem apenas o governador do Distrito Federal, que é favorável à CPMF, e tem sido um parceiro importante do governo federal. Mas, e o PSDB? O PSDB governa dois dos estados mais importantes do País, além disso governa o Rio Grande do Sul, governa a Paraíba. Os governadores são favoráveis à CPMF, os governadores têm interesse no dinheiro da CPMF, porque é dinheiro que vai para a aposentadoria, é dinheiro que vai para a saúde, é dinheiro que vai para o Bolsa Família”.
Em nota publicada hoje, a Executiva Nacional do DEM rebate as críticas de Lula feitas no programa de teve. O partido afirma que a declaração presidencial “desrespeita a oposição de forma arrogante e autoritária, além de confrontar a vontade da maioria da população brasileira que rejeita a CPMF e condena a gastança imoral do governo.”
“Não é um presidente da República que mente de forma cínica; que governa de costas para o país; que passa por cima dos compromissos assumidos; que não defende os valores éticos e que minou a confiança e a esperança das pessoas que vai definir o futuro do país ou o futuro do Democratas”, complementa o comunicado da oposição.
Atualmente, a CPMF está sendo discutida no Senado. O governo tem pressa em aprovar a matéria, uma vez que o tributo deixa de vigorar no final de ano, caso não seja prorrogado. O imposto do cheque rende cerca de R$ 40 bilhões por ano aos cofres da União e mobilizou a base do governo no Congresso.
A Câmara está com a pauta obstruída, para que nenhuma medida provisória seja enviada ao Senado e, dessa forma, retarde ainda mais a apreciação da CPMF. Até mesmo o Orçamento do próximo ano só será votado após a análise do imposto pelos senadores. (Erich Decat e Rodolfo Torres)
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