O presidente Lula, candidato à reeleição, lançou hoje em São Paulo o programa de governo para um eventual segundo mandato. O documento de 30 páginas, que foi organizado em seis eixos de ação, dentre outros pontos, destaca a ampliação dos benefícios do Bolsa Família e a continuação dos aumentos reais para o salário mínimo. Além da pretensão de votar a reforma política nos próximos quatro anos.
Segundo o candidato, em nota divulgada à imprensa, "no primeiro mandato foram criadas as condições para que o país cresça de forma sustentada durante vários anos. Para dar continuidade ao crescimento, o programa prevê a execução ou conclusão de grandes obras de infra-estrutura em portos, aeroportos, rodovias e ferrovias".
Quanto à reforma política, o petista afirma no programa que a proposta "terá tratamento preferencial no próximo mandato, especialmente quanto ao financiamento de campanhas eleitorais e da fidelidade partidária".
No documento, o petista apresenta propostas para a área de segurança pública (fortalecimento da vigilância nas fronteiras e consolidação do Sistema Único de Segurança Pública com a interligação de órgãos federal, estadual e municipal), de educação (universalização do ensino fundamental de nove anos e estabelecimento de um piso salarial para professores), de saúde (mais controle social no Sistema Único de Saúde, o cartão do sistema será universalizado e criação de centros de atendimentos especializados de média complexidade), dentre outros.
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No setor econômico, o presidente pretende "aprofundar a redução da taxa básica de juros, aproximando-a daquela praticada nos países em desenvolvimento".
A longo prazo, o programa coloca como prioridades: construção do Pólo Petroquímico e da Siderúrgica do Rio de Janeiro, e do Gasoduto responsável pelo fornecimento de gás à Siderúrgica do Ceará. Além da continuidade da duplicação das BR-101 Sul e BR-101 Nordeste, construção da BR-163 no Pará, da BR-158 no Mato Grosso, da BR-364 no Acre e da BR-040 em Minas Gerais.
Por fim, o texto "contesta a tese neoliberal de que o aumento dos gastos sociais prejudica as contas do país". "A direita vê esses investimentos sociais, assim como o aumento do salário mínimo acima de inflação, como ameaças ao equilíbrio fiscal, tese que foi desmentida pela realidade nos últimos três anos. O projeto da oposição é o de voltar à era FHC com redução dos investimentos sociais, e retomada das privatizações", relata o documento. (Renaro Cardozo)