Edson Sardinha
O presidente Lula disse hoje (19) que espera pela criação de 2 milhões de empregos com carteira assinada em todo o país até o final deste ano. Em seu programa semanal de rádio, Lula destacou que os países emergentes como Brasil, China e Índia saíram mais rapidamente da crise econômica mundial.
“Significa que mais brasileiros e brasileiras estão conquistando cidadania, mais gente está levando comida para a casa com o suor do seu trabalho, mais gente está conseguindo independência econômica, a Previdência vai deixando de ser deficitária, e a vida das pessoas melhorando”, afirmou.
“Aquele negócio da roda gigante funcionar, ou seja, na medida em que o povo consome, o comércio vende e a indústria é obrigada a produzir e todo mundo é obrigado a contratar mais trabalhadores. É tudo isso que eu quero que aconteça no Brasil. Eu passei a minha vida inteira dizendo que não tem nada mais sagrado para um ser humano do que o emprego. E é tudo o que nós queremos”, acrescentou Lula no Café com o Presidente.
O Ministério do Trabalho registrou a abertura de 657,2 mil postos de emprego com carteira assinada no primeiro semestre deste ano. É o novo recorde da série histórica, iniciada em 1992, do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), cujos dados foram divulgados na semana passada pelo ministério.
O recorde anterior tinha sido registrado em 2008, quando 544,4 mil empregos formais foram criados nos três primeiros meses daquele ano. Desse total, 266,4 mil foram registrados apenas em março, outra marca histórica para o mês.
Ainda no Café com o Presidente, Lula destacou a importância das reuniões que teve em Brasília, na semana passada, com chefes de Estado da China, da Índia, da Rússia e da África do Sul. “Foi um acontecimento muito importante, eu tenho a convicção de que os frutos disso virão nos próximos meses e nos próximos anos, porque a política internacional é assim. Você planta e demora para você começar a colher. Nós já temos uma boa relação comercial com a Índia, com a Rússia, com a África do Sul, a China já é o nosso maior parceiro comercial hoje no mundo, e portanto, foi um acontecimento extraordinário para o Brasil, e eu diria para eles também.”
Leia a íntegra do Café com o Presidente:
“Apresentador: Presidente, na última semana o Brasil recebeu chefes de estado da China, Índia, Rússia e África do Sul para a realização das cúpulas do IBAS e BRICs. Qual o significado para o Brasil de receber representantes desses países todos?
Presidente: É importante lembrar, Luciano, que todos esses dirigentes estiveram junto comigo em Washington atendendo a uma convocação do presidente Obama, para discutir a questão nuclear. Por que é que eu acho extremamente importante a reunião feita no Brasil? Primeiro a dos BRICS e depois do IBAS? Porque o IBAS significa três grandes democracias: Brasil, África do Sul e Índia, em três continentes diferentes, temos trabalhos conjuntos no Haiti, temos trabalhos conjuntos em outros países africanos. Estamos construindo satélites, sabe, IBAS, para colocar no ar, para pesquisar agricultura, para pesquisar outras coisas e ajudar outros países mais pobres, e os BRICS, que são as grandes economias emergentes do mundo: Rússia, China, Brasil e Índia. Nós temos muita similaridade, e a reunião, ela é extremamente importante quando ela permite que a gente aprimore a nossa relação estratégica. Nós estamos querendo cada vez mais desenvolver as nossas economias, cada vez mais gerar empregos, cada vez mais distribuir renda. E isso é muito importante. Portanto, eu, sinceramente, eu disse a semana passada ao ministro Celso Amorim, que se nós não tivéssemos assinado nenhum documento, que se nós não tivéssemos feito nenhum acordo, ainda assim, você ter na mesma semana no Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul, é um feito extremamente importante. E ainda tivemos o ministro das Relações Exteriores da Turquia, que veio aqui discutir junto conosco a questão do Irã. Então, foi um acontecimento muito importante, eu tenho a convicção de que os frutos disso virão nos próximos meses e nos próximos anos, porque a política internacional é assim. Você planta e demora para você começar a colher. Nós já temos uma boa relação comercial com a Índia, com a Rússia, com a África do Sul, a China já é o nosso maior parceiro comercial hoje no mundo, e portanto, foi um acontecimento extraordinário para o Brasil, e eu diria para eles também. No próximo mês eu estarei viajando para a Rússia também, sabe, com muitos empresários, porque o Brasil provou que é correta a política de diversificação da nossa relação comercial. Quanto mais parceiros você tiver, quanto mais você estiver espraiado pelo mundo afora, vendendo e comprando, menos dependência você tem e mais chance de você sair bem na crise como nós saímos, é uma coisa extraordinária. Portanto, eu acho que foi uma semana exitosa para o Brasil.
Apresentador: E de um modo geral, presidente, os resultados foram satisfatórios, então?
Presidente: Eu acho que os resultados foram extraordinários. Veja, primeiro, porque nós assinamos muitos documentos com a Rússia, assinamos documentos com a China, assinamos documentos com a Índia e assinamos documentos com a África do Sul. Segundo, porque nós definimos um plano de atuação estratégica no G-20, porque todos esses países também fazem parte do G-20 político, do G-20 econômico, e isso é muito importante, porque nós vamos ter em junho uma reunião do G-20 no Canadá, e nós queremos discutir o FMI, queremos discutir o Banco Mundial, queremos discutir o financiamento, queremos discutir o crédito, queremos discutir os paraísos fiscais, sabe? E se você chega em uma reunião com um pensamento único: China, Índia, Brasil, Rússia e África do Sul, você tem meio caminho andado para você convencer outros países que se colocam do nosso lado, como a França, como a Argentina, como o México. Portanto, há uma boa possibilidade de a gente fazer um grande avanço para o Brasil na área internacional.
Apresentador: Você está ouvindo o Café com o Presidente, o programa de rádio do presidente Lula. Presidente, agora mudando um pouco a pauta. O Brasil registrou no mês de março recorde na geração de empregos. A que se deve esse resultado?
Presidente: Olha, o resultado, Luciano, se deve ao êxito da economia brasileira. Nós dizíamos, ano passado, que o Brasil tinha sido o último país a entrar na crise e o primeiro a sair. Nós saímos da crise muito forte, a economia mundial tem saído mais lentamente, mas os países emergentes saíram mais rapidamente. É só ver o que aconteceu na economia da China, o que está acontecendo na economia da Índia, o que está acontecendo na economia do Brasil. Ou seja, nós geramos 266 mil novos empregos no mês de março. É a maior quantidade de empregos gerada no mês de março desde que foi criado o CAGED, e isso me deixa otimista, porque nós poderemos terminar o ano com 2 milhões de empregos criados ou até um pouco mais. Por que é importante isso? Porque significa que mais brasileiros e brasileiras estão conquistando cidadania, mais gente está levando comida para a casa com o suor do seu trabalho, mais gente está conseguindo independência econômica, a Previdência vai deixando de ser deficitária, e a vida das pessoas melhorando. Aquele negócio da roda gigante funcionar, ou seja, na medida em que o povo consome, o comércio vende e a indústria é obrigada a produzir e todo mundo é obrigado a contratar mais trabalhadores. É tudo isso que eu quero que aconteça no Brasil. Eu passei a minha vida inteira dizendo que não tem nada mais sagrado para um ser humano do que o emprego. E é tudo o que nós queremos.
Apresentador: Muito obrigado, presidente, e até a próxima semana.”