Segundo a coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, a estratégia de Lula agora é se unir ao presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), para minar as chances de que seja eleito para o comando da Casa um aliado de Cunha, que pode ter o mandato cassado por quebra de decoro parlamentar nas próximas semanas. Maranhão se declarava “fiel” ao peemedebista pelo menos até abril, quando declarou voto contra o impeachment de Dilma.
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“Em conversa nesta sexta-feira (1º), Waldir Maranhão e o ex-presidente Lula se uniram contra Eduardo Cunha. Ambos compartilharam o entendimento de que o principal objetivo na sucessão da Câmara deve ser evitar que alguém ligado ao peemedebista ou apoiado por ele assuma a cadeira. Parte da antiga base de Dilma Rousseff já reconhece que é melhor trabalhar por um candidato da base aliada de Temer, mas de fora do ‘centrão’, a ver eleito um afilhado político de Cunha”, diz a nota que encabeça a coluna Painel neste sábado (2).
Às vésperas do já fatídico 17 de abril, quando Dilma perdeu a primeira batalha do impeachment na Câmara por 367 votos a 137, Lula e Maranhão se encontraram em um hotel a cerca de três quilômetros do Congresso, onde o ex-presidente promoveu encontros com uma série de deputados – até Tiririca (PR-SP) se reuniu com Lula no dia anterior à votação, mas votou contra Dilma. E se no caso de Tiririca a abordagem do petista não surtiu efeito, no caso de Maranhão o pleito deu resultado.
Quando chegou sua vez de votar, Maranhão se dirigiu a Cunha e, como que se desculpando, proferiu: “Senhor presidente, deputados, deputadas. Todos nós estamos emocionados. Todos nós estamos atentos, julgando a nós próprios, respeitando consciências. Eu quero dizer ao Partido Progressista, que firmou questão, mas, em desacordo com a posição de meu partido, eu quero dizer, meu presidente querido: continuarei sendo leal à sua pessoa como presidente desta Casa. Quero dizer ao meu governador do Estado do Maranhão, Flávio Dino [PCdoB], que sonhou com a mudança, que vai transformar o nosso estado. Em defesa da Constituição, em defesa da democracia… Não, sim, não ao golpe! Contra o impeachment”, discursou Maranhão, confundindo-se entre o “não” e o “sim” e recebendo mais vaias do que aplausos, no que seria seu primeiro discurso da Mesa Diretora em 2016.
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