O presidente Lula disse hoje (11), em seu programa semanal de rádio, que não há motivo para pânico no Brasil por causa do registro dos oito primeiros casos da gripe suína, rebatizada de influenza tipo A. Lula afirmou que tem conversado duas vezes ao dia sobre o assunto com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e que o governo tem tomado todas as providências para evitar que a nova gripe se alastre pelo país.
“Não existe possibilidade de pânico e nem deve ter pânico, o que as pessoas devem ter é cuidado e isso o Ministério da Saúde está trabalhando junto com as secretarias estaduais para evitar que haja um mal maior no Brasil. Estamos cuidando dos aeroportos, dos portos. A entrada de pessoas aqui está sendo bem fiscalizada”, disse o presidente.
Lula também lamentou as cerca de 40 mortes ocorridas no Nordeste nos últimos dias por causa das enchentes. O presidente cobrou dos governadores dos estados mais atingidos pelas chuvas um levantamento sobre a situação das regiões alagadas. Essas informações, segundo ele, são fundamentais para o sucesso de parcerias do governo federal com os estaduais.
“Num primeiro momento, é preciso que a gente cuide de tirar as pessoas dos lugares que estão alagados, depois a gente cuide de garantir a alimentação das pessoas, depois a gente cuide da saúde e só quando a água baixar é que a gente vai poder então começar o processo de construção das obras que a chuva estragou: estradas, pontes, ou seja, as casas que foram inundadas”.
Confira a íntegra da edição de hoje do Café com o Presidente:
“Apresentador: Olá você em todo o Brasil. Eu sou Luciano Seixas e começa agora o Café com o Presidente, o programa de rádio do presidente Lula. Olá, presidente, como vai? Tudo bem?
Presidente: Tudo bem, Luciano.
Apresentador: Presidente, na semana passada o senhor esteve no Piauí e no Maranhão acompanhando de perto o drama das enchentes do Nordeste. Qual a avaliação que o senhor faz desta situação?
Presidente: Eu tive a oportunidade de estar no estado do Piauí e no Maranhão e já tinha, na semana anterior, estado no Estado do Acre, no Amazonas, que também estava tendo enchente. O Acre já tinha enchente e o governo federal, através da Defesa Civil e através do Ministério da Integração e do Ministério do Transporte e do Ministério da Saúde, tem feito parcerias com os governadores para que a gente, num primeiro momento, a gente cuide de tirar as pessoas dos lugares que estão alagados, depois a gente cuide de garantir a alimentação das pessoas, depois a gente cuide da saúde e só quando a água baixar é que a gente vai poder então começar o processo de construção das obras que a chuva estragou: estradas, pontes, ou seja, as casas que foram inundadas. Eu penso que esse é o momento em que os prefeitos, os governos estaduais, a Defesa Civil têm que trabalhar para fazer um levantamento, para a partir desse levantamento o governo federal enviar ao Congresso Nacional uma Medida Provisória liberando dinheiro para que a gente possa recuperar os estragos que a chuva fez. Mas enquanto você tem no Norte e no Nordeste chovendo muito, você tem seca no Rio Grande do Sul, você tem seca numa parte de Santa Catarina, você tem seca numa parte do Paraná. No Mato Grosso do Sul, as pessoas estão reclamando da seca porque já faz, mais ou menos, trinta dias que não chove. Ou seja, então é importante que a gente atente, acompanhe de perto. Primeiro para não deixar as pessoas sofrerem. Eu, que já vivi em bairros que alagavam, eu sei o que que é a casa da gente encher de água e nós agora temos que ter um cuidado, ou seja, fazer o levantamento direitinho para que a gente possa, no menor espaço de tempo, recuperar os prejuízos que as pessoas tiveram. Lamentavelmente, a gente não recupera nunca a vida das pessoas que morreram, ou seja, já morreram aproximadamente 40 pessoas, mais 127 mil pessoas já foram desabrigadas e isso exige que os prefeitos, o governo estadual e o governo federal trabalhem juntos de forma harmoniosa para que a gente possa, o mais rapidamente possível, acabar com o sofrimento desse povo.
Luciano, a avaliação é que alguma coisa está nos chamando a atenção para que a gente tome mais cuidado com o planeta Terra. As mudanças que estão acontecendo no mundo; e aqui no Brasil nós notamos elas também, quando faz muita seca no lugar onde não tinha seca, quando chove demais no lugar onde não chovia; é para chamar a atenção da gente de que algumas coisas estão mudando no mundo e que nós precisamos começar a olhar com muito mais atenção. Daí porque a nossa ida a Copenhague em dezembro deste ano para discutir a questão do clima é muito importante e o Brasil vai jogar um peso muito grande na sua delegação.
Apresentador: Você está ouvindo o Café com o Presidente, o programa de rádio do Presidente Lula. Um outro assunto neste programa, presidente, é a Gripe A. Segundo o boletim do Ministério da Saúde há oito casos confirmados da doença no Brasil. Como o governo está enfrentando essa situação?
Presidente: Olha eu tenho conversado quase que duas vezes por dia com o Ministro (da Saúde)Temporão e eu acho que o Temporão está cuidando, com todo o Ministério da Saúde, e em parcerias com as secretarias estaduais, tá cuidando bem, ou seja, nós estamos cuidando dos aeroportos, estamos cuidando dos portos. A entrada de pessoas aqui está sendo bem fiscalizada, bem monitorada e as pessoas que nós detectamos que já estão com os vírus, ou seja, algumas já estão totalmente curadas, outras ainda estão em observação e eu trabalho com a confiança de que os cuidados do Ministério da Saúde vão redobrar nos próximos dias, a gente vai intensificar a vigilância e ao mesmo tempo intensificar o tratamento das pessoas que estão doentes. Eu acho que essa gripe não é do tamanho que parecia que ia ser, porque se vendeu uma gripe que já tinha tomado conta do mundo inteiro, ou seja, eu penso que ela existe, ela é grave, mas aqui no Brasil nós estamos cuidando para evitar que se alastre em outras pessoas. Agora, cada caso que vier, ou seja, as pessoas que pegaram até agora tinham tido contato com pessoas que tinham vindo do México. Ou seja, cada caso que nos detectarmos nós vamos tratar com carinho especial para evitar que tenha problema maior aqui no Brasil.
Apresentador: Então, não é uma questão de pânico nacional?
Presidente: Não existe possibilidade de pânico e nem deve ter pânico, o que as pessoas devem ter é cuidado e isso o Ministério da Saúde está trabalhando junto com as secretarias estaduais para evitar que haja um mal maior no Brasil.
Apresentador: Para encerrar, presidente, ontem foi Dia das Mães, eu gostaria de ouvir a sua mensagem para as mães do Brasil.
Presidente: Eu espero que todas as mães do mundo tenham tido um dia extraordinário com os seus filhos, com a sua família, porque todo mundo sabe o que a mãe representa na vida das pessoas. Eu acho que a mãe é uma coisa tão extraordinária que, se a gente fizer 100% de carinho, de atenção à mãe ainda ficaríamos devendo porque ela merece mais do que tudo isso. Então eu até queria terminar o programa dizendo que: olha, cuide da sua mãe porque mãe é uma só e elas merecem muito carinho e muita atenção de todos nós.
Apresentador: Muito obrigado presidente Lula. Até a semana que vem.
Presidente: Obrigado você, Luciano, e até a próxima semana.
Apresentador: O programa Café com o Presidente volta na próxima segunda-feira. Até lá.”
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