Questionado sobre sua opinião com relação à legalização do aborto no Brasil, o presidente disse que, como cidadão, é contra o aborto e que esta sua posição não foi alterada. No entanto, como chefe de Estado, o presidente disse ser a favor da discussão sobre a possibilidade de legalização por uma questão de saúde pública.
"Eu disse em todas as eleições da qual participei, em 1989, 1990, 1994,1998, 2002, 2006, e vou dizer agora: eu tenho um comportamento como cidadão, sou contra o aborto. Agora, como chefe de Estado, acho que o aborto tem que ser discutido como uma questão de saúde pública, porque eu conheço casos de mulheres que perfuraram o útero com agulha de croché, pessoas que tomavam chá de caroço de abacate, chá de fuligem… tudo para acabar com uma gravidez indesejável. E essas pessoas acabavam morrendo. Então, acho que a legalização do aborto tem que ser discutida. Eu tenho minha visão sobre o aborto e ela permanece inalterada: sou contra o aborto. Mas sou a favor da discussão como uma questão de saúde publica", enfatizou Lula.
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O presidente lembrou também da necessidade de discutir a questão dentro de casa e das escolas. "Se nos tivéssemos um comportamento correto nas escolas e dentro de casa, talvez fossem feitos muito menos abortos. Então vamos fazer esse debate. Certamente o governo entrará nessa discussão", disse.
Quanto à legislação existente sobre o aborto, Lula afirmou que ela precisa ser melhorada, pois, apesar da proibição, "ainda é alto o número de mulheres que interrompem uma gravidez indesejada". "É melhor o Estado ajudar essas pessoas e educar essas pessoas para evitar mortes", garantiu o presidente. (Soraia Costa)
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