O presidente Lula e a cúpula do PMDB acertaram ontem à noite a indicação do deputado federal Reinhold Stephanes (PR) para o Ministério da Agricultura, informa a Folha de S. Paulo. O anúncio oficial deve ser feito hoje (20) após o presidente consultar o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), e o ex-ministro Roberto Rodrigues, que ocupou a pasta por três anos durante o primeiro mandato de Lula.
Economista e ex-ministro da Previdência nos governos do tucano Fernando Henrique Cardoso e de Fernando Collor de Mello, então no PRN, Stephanes foi escolhido porque teria a melhor imagem pública, na avaliação da cúpula peemedebista, o que evitaria a repetição do desgaste causado pela indicação do também deputado Odílio Balbinotti (PMDB-PR) para o cargo. Indicado na semana passada, albinotti desistiu do ministério no sábado após o desgaste causado pela notícia de que ele é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por falsidade ideológica.
Maior produtor de soja do país, o governador Blairo Maggi (PR-MT), que havia apoiado a indicação do paranaense, criticou a nova escolha do presidente. "Stephanes não é da área. É melhor alguém que seja. Se para alguém que é do ramo a agricultura já é um tremendo desafio, imagina para quem não é."
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Lula se reuniu ontem à noite no Palácio do Planalto com o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), e o líder da bancada peemedebista na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). Segundo a Folha, foi feita ontem uma checagem do próprio Planalto sobre eventuais fatos que pudessem trazer dissabores com a indicação de Stephanes. A conclusão foi que, com ele, não havia risco de repetição do episódio Balbinotti.
A lista de possíveis ministros da Agricultura apresentada pelo PMDB a Lula incluída ainda os deputados Waldemir Moka (MS), Fernando Diniz (MG), Valdir Colato (SC), Tadeu Felipelli (DF) e Eunício Oliveira (CE).