O presidente Lula esquivou-se hoje de responder a perguntas sobre a possível aliança entre PMDB e PT para as eleições deste ano. Durante visita ao Feirão da Casa Própria da Caixa, em São Paulo, o presidente afirmou que é papel do PT ir costurando alianças, enquanto ele decide, até o final de junho, se será candidato, ou não, à reeleição.
"Nós vamos ter que, com muita paciência, esperar o que vai acontecer no mês de junho. No mês de junho é que o quadro político vai estar definido, as alianças vão estar definidas e aí sim você tem que tomar as decisões que tem que tomar. Até lá, o meu papel é viajar pelo Brasil, é inaugurar as obras que nós começamos a construir e governar o Brasil”, disse o presidente.
No PMDB, segue o impasse de lançar ou não candidato ao Planalto. A ala governista do partido quer derrubar a hipótese de candidatura própria na convenção marcada para o próximo dia 13 de maio. Mas a ala do ex-governador Anthony Garotinho, pré-candidato do partido, quer protelar a decisão para a convenção de 10 de junho.
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Lula também desconversou sobre ter Garotinho em seu palanque na campanha. "Eu não espero nada. Eu não faço acordo com pessoas, eu faço acordo com partidos políticos. Se o PT decidir fazer acordo com o PMDB, com o PSB, PCdoB, PL, é com essas pessoas que nós vamos fazer a campanha, mas isso depende do partido", disse o presidente.
Apesar de afirmar que ainda não sabe se concorrerá à reeleição, Lula disse que sua possível campanha não será prejudicada pela ausência dos coordenadores de 2002, José Dirceu e Antonio Palocci. "Esse não é o problema porque teve muita gente que coordenou as minhas campanhas. Quem vai coordenar a campanha, se eu decidir ser candidato, é o presidente do partido", disse ele se referindo ao deputado Ricardo Berzoini (SP).
Sobre a disputa pelo governo de São Paulo, Lula também saiu pela tangente. "Eu tenho candidato, mas como o voto é secreto …" O partido tem dois pré-candidatos: o senador Aloizio Mercadante e a ex-prefeita paulistana Marta Suplicy. Um deles será escolhido nas prévias do partido, marcadas para 7 de maio. Até lá, ambos têm declarado ser o candidato favorito de Lula.