Os vários partidos que integram a base governista poderão até apresentar mais de um nome à sucessão presidencial, mas quem vai bater o martelo sobre qual candidato o PT apoiará em 2010 será o próprio presidente Lula. A avaliação é do ministro da Justiça, Tarso Genro, que presidiu o partido interinamente durante a crise do mensalão.
“Eu defendo a posição de que o PT deve ter um candidato, mas acho que essa posição não deve ser insensata. Agora, não é impossível, numa frente heterogênea como a nossa, que eventualmente surjam mais que um candidato que se declarem como candidatos do campo do presidente Lula", disse o ministro em entrevista exclusiva à BBC Brasil.
"E aí o presidente é que vai decidir. Porque eu acho que ele tem que ser não um juiz da sucessão, mas um coordenador político, com extraordinária importância nesse processo”, completou Tarso, que representa o governo brasileiro em viagem oficial de cinco dias a Portugal.
De acordo com ele, os governistas só devem começar a discutir a sucessão presidencial após as eleições municipais, em outubro. "É necessário que se tenha um mapeamento das forças políticas do país. Na minha, opinião, ele começará de forma regular depois das eleições municipais, porque aí vai se ter uma visão do sistema de forças capaz de dar sustentação para um ou para dois candidatos do governo", declarou ao repórter Jair Rattner.
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Oposição
Para o ministro, a oposição já começou a se articular em função da sucessão de Lula na votação da própria CPMF, quando demonstrou rara unidade, sobretudo no Senado, onde conseguiu derrubar a proposta do governo. Na avaliação do ministro, isso mostra que os oposicionistas estão preocupados com o potencial eleitoral de Lula, ainda que o presidente não possa tentar uma nova reeleição.
"A oposição, por exemplo, já começou o debate de 2010. Eu acho que a forte unidade que ela conseguiu compor para não permitir a aprovação da CPMF já é um gesto voltado para 2010", afirmou. (Edson Sardinha)
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