Para os adversários, ele nunca saiu do palanque. Mas, oficialmente, o presidente Lula fez ontem em Pernambuco o primeiro comício da campanha à reeleição. Lula aproveitou o evento para criticar o clima de denuncismo que domina o atual cenário político.
O comício foi realizado em Brasília Teimosa, um dos bairros mais pobres do Recife. O local também foi o primeiro visitado por Lula após a posse, em janeiro de 2003. O presidente-candidato subiu ao palanque às 19h30 diante de um público estimado em mais de 20 mil pessoas. Com ele estavam o ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT) e o deputado federal e ex-ministro da Ciência e Tecnologia Eduardo Campos (PSB), ambos candidatos ao governo de Pernambuco.
Durante o discurso, Lula garantiu que manterá as discussões com adversários políticos em um nível aceitável, pois a principal obrigação dele é governar o país, e não defender-se de denúncias. No entanto, exigiu respeito dos oponentes. "Não podemos aceitar a difamação que alguns fazem. Nós os conhecemos desde os tempos de Pedro Álvares Cabral. Alguns deles chegaram com o próprio Cabral", afirmou.
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Lula continuou: "Uma parte da elite desse país não queria e não quer o desenvolvimento que ocorre. Essa parte da elite tentou tirar Getúlio Vargas, impedir a posse de Juscelino, e tirou João Goulart. Ela também tentou me tirar. Mas esqueceu que eu tenho o povo brasileiro ao meu lado".
Hoje, Lula participa, em Olinda (PE), da plenária "O futuro do Nordeste", que reunirá reitores de universidades federais, escritores, empresários, representantes da área de turismo e artistas.
Investidores estrangeiros de olho em Heloísa Helena
O crescimento da senadora Heloísa Helena (Psol) nas últimas pesquisas sobre intenção de votos para presidente da República não tem chamado a atenção apenas de petistas e tucanos, o aumento foi comentado esta semana em vários relatórios de bancos estrangeiros.
Até o momento, o crescimento de popularidade da senadora é visto pela maioria com tranqüilidade. Pois predomina no cenário internacional a tese de que a ascensão de Heloísa Helena durará pouco tempo. Investidores estrangeiros apostam que o início da campanha eleitoral gratuita pela televisão fará reduzir a preferência pela candidata.
De acordo com os relatórios, o mercado internacional tem preferência pela reeleição do presidente Lula ou uma vitória do candidato Geraldo Alckmin (PSDB), ambos vistos como garantia de manutenção da atual política macroeconômica ortodoxa.
No entanto, se a senadora manter o crescimento, os investidores deverão começar a reavaliar o risco atribuído às eleições de outubro, que até agora é pequeno.
Alckmin anuncia pacote para o Nordeste
O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, apresentou na sexta-feira em Fortaleza o esboço de um conjunto de medidas que adotará, se eleito, para desenvolver o Nordeste brasileiro.
Essas propostas estarão mais bem amarradas no documento "O novo Nordeste", que deve ser lançado no Recife no próximo dia 4. "É um projeto estruturante. Envolve questões do desenvolvimento de todo o Nordeste. Aborda as questões de infra-estrutura necessárias para o desenvolvimento. É bastante abrangente", antecipou Alckmin.
Segundo a Agência Tucana, órgão de notícias mantido pelo PSDB, o projeto incluirá estratégias para investimentos em segurança pública, saúde, educação, infra-estrutura e agricultura. Entre elas, a criação de cidades-pólos, destinadas a atrair investimentos e apoiar iniciativas de "inovação empreendedora".
O vice-governador cearense, Maia Junior, coordenador do programa de Alckmin para o Nordeste, considera "alarmantes" os índices da região. A mortalidade infantil, por exemplo, fica 60% acima da média nacional.
"Não é tirar do Sudeste para dar ao Nordeste, nem manter a visão de que o Nordeste precisa de esmolas. Nada disso. Precisamos é aproveitar as potencialidades e inserir a região na inclusão social", disse Maia Junior.
Quércia doa R$ 1 milhão para campanha
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, Orestes Quércia, candidato do PMDB ao governo de São Paulo, doou R$ 1 milhão para a própria campanha. Ele revelou a informação ontem em Ribeirão Preto, onde se reuniu com 17 prefeitos. Ele também disse que os gastos da campanha podem ficar muito abaixo dos R$ 30 milhões, previstos inicialmente.
O peemedebista ressaltou ainda que a campanha não deve passar dos R$ 10 milhões.
Campanha
Na região de São Carlos, onde percorreu seis cidades, Quércia começou a fazer as promessas de campanha. Ele disse, por exemplo, que vai rever os contratos com as concessionárias que administram rodovias no estado. O objetivo da ação será obrigá-las a aumentar os investimentos em novas estradas e em reformas, usando recursos provenientes dos pedágios. "Eles tinham que estar investindo muito mais do que estão em novas rodovias e reformas. Vamos brigar por isso".
O peemedebista também prometeu controlar melhor o reajuste dos pedágios, mas descartou a possibilidade de redução de preços.
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