Em seu programa semanal de rádio, o presidente Lula disse hoje que, apesar do aparente recuo da inflação, o consumidor brasileiro precisa continuar fazendo sua parte para evitar a retomada da alta do preço dos alimentos. Segundo ele, o governo tem feito sua parte para controlar a inflação, mas ainda precisa da vigilância da população para conter a subida dos preços.
“Na medida que o povo perceba que um determinado produto está subindo muito de preço, o povo precisa deixar de comprar aquele produto para que aquele produto volte ao preço normal”, disse no Café com o Presidente.
O petista destacou um diagnóstico do cenário econômico brasileiro entregue por ele semana passada ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). De acordo com Lula, o principal desafio do país hoje é estabelecer o equilíbrio entre o crescimento econômico e a distribuição de renda. Na avaliação dele, o aumento dos investimentos internos e externos confirma sua tese de que o Brasil vive um período de crescimento “duradouro”.
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“A taxa de investimento ela é extremamente importante porque ela está crescendo mais de duas vezes o crescimento do PIB. Então, isso demonstra uma confiança na macroeconomia brasileira, isso demonstra uma confiança na política do governo, demonstra uma confiança nas leis que o Congresso Nacional aprova, porque todas elas têm beneficiado o crescimento da economia, e sobretudo uma confiança na importância que o Brasil têm no mundo hoje”, afirmou.
Leia a íntegra do Café com o Presidente:
“Apresentador: Olá, você em todo o Brasil. Eu sou Luciano Seixas e começa agora o programa de rádio do presidente Lula, o Café com o Presidente.
Apresentador: Oi presidente, como vai? Tudo bem?
Presidente: Tudo bem Luciano.
Apresentador: Presidente, na semana passada o senhor apresentou no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social uma espécie de radiografia do atual cenário econômico brasileiro. Que cenário é esse?
Presidente: Luciano, eu senti que era importante fazer uma apresentação do conjunto das coisas que estão acontecendo no Brasil para que a sociedade brasileira tivesse conhecimento. Eu me lembro perfeitamente bem da quantidade de empresários que me comunicam toda a semana altos investimentos no Brasil, e no dia seguinte eu pego a imprensa e não tem absolutamente nada. Ora, como eu venho acompanhando isso, eu resolvi então fazer aquela reunião para mostrar ao conjunto dos empresários, aos trabalhadores e à sociedade civil brasileira o que realmente está acontecendo no Brasil. Por isso, nós fizemos aquela apresentação, pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), mostrando que depois de mais de 20 anos com a economia brasileira atrofiada, com poucos investimentos, com muito desemprego, o Brasil entra, a partir de 2003, num novo ciclo de crescimento em que a economia se estabiliza, a credibilidade nacional e internacional aumenta, e os empresários brasileiros, e o poder público, começam a fazer os investimentos que o Brasil precisa, para gerar os empregos e o desenvolvimento que tanto nós sonhamos. Nós começamos o nosso segundo mandato no dia 26 de janeiro apresentando o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que é um investimento de R$ 504 bilhões de reais em obras de infra-estrutura, mais saneamento básico e mais urbanização de favelas. E ao mesmo tempo eu queria mostrar para a sociedade os investimentos privados e junto com os investimentos privados mostrar os investimentos da Petrobrás, os investimentos públicos em ferrovias, os investimentos públicos em rodovias, os investimentos privados em hidrelétricas, os investimentos privados em siderurgia, os investimentos privados em fábricas de cimento. Para que a gente pudesse dar ao povo brasileiro a certeza de que o crescimento no Brasil é um crescimento, eu diria, responsável, é um crescimento duradouro.
Apresentador: Isso faz relação à taxa de investimento que está muito alta em relação ao PIB (Produto Interno Bruto). Naturalmente esse investimento vai gerar recursos, e vai gerar mais riqueza, mais crescimento no futuro.
Presidente: A taxa de investimento ela é extremamente importante porque ela está crescendo mais de duas vezes o crescimento do PIB – Produto Interno Bruto. Então, isso demonstra uma confiança na macroeconomia brasileira, isso demonstra uma confiança na política do governo, demonstra uma confiança nas leis que o Congresso Nacional aprova, porque todas elas têm beneficiado o crescimento da economia, e sobretudo uma confiança na importância que o Brasil têm no mundo hoje. No fundo, no fundo, Luciano, todo mundo sabe o seguinte: na hora que o empresário faz o investimento, esse investimento vai gerar emprego, que vai gerar um consumidor, que vai ser comprador. Portanto, ele vai consumir, vai aumentar mais a demanda, vai ser preciso mais investimento, mais consumo, mais demanda. É tudo isso que o Brasil precisa para se transformar definitivamente num país de economia rica com justiça social. O principal é que a gente consiga fazer o equilíbrio entre o crescimento econômico do Brasil e a distribuição de renda.
Apresentador: Você está ouvindo Café com o presidente, o programa de rádio do presidente Lula. Presidente, na mesma ocasião, o senhor mencionou que esse ciclo de desenvolvimento foi construído às custas de muito sacrifício. Esse sacrifício já passou, terminou? Qual é o futuro que pode ser traçado?
Presidente: Ainda não passou. A verdade é que nós temos que ter sempre muita cautela, muita ousadia, mas nós temos que ter sempre o equilíbrio de fazer com que todos compreendam que, por exemplo, controlar a inflação não é apenas a responsabilidade do governo. O governo tem alguns instrumentos e o povo tem outros instrumentos. Na medida que o povo perceba que um determinado produto está subindo muito de preço, o povo precisa deixar de comprar aquele produto para que aquele produto volte ao preço normal.
Apresentador: Agora presidente mudando um pouco de assunto, a campanha de vacinação contra a Rubéola entra na fase final e muita gente ainda precisa ser imunizada. Qual a orientação que o senhor faz neste momento?
Presidente: Luciano, eu conversei ontem com o ministro da Saúde, e ele me disse que 65% das mulheres tinham tomado a vacina, e 55% dos homens tinham tomado a vacina.É muito importante que todos tomem a vacina, principalmente os homens. Porque os homens podem passar a Rubéola para a mulher. Na hora que ele transfere o vírus, e a mulher pega esse vírus, pode ter problema na criança, se a mulher estiver grávida. Então, é preciso muita responsabilidade. Não dói, ninguém precisa ficar em casa sem trabalhar. É preciso que todos, homens e mulheres, todos de 20 a 39 anos tomem a vacina.E nos estados do Maranhão, de Minas Gerais, do Mato Grosso, do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Norte é preciso que todos os homens e mulheres de 12 a 39 anos, tomem essa vacina.
Apresentador: Muito obrigado presidente Lula, até semana que vem.
Presidente: Obrigada a você Luciano e até a próxima semana.
Apresentador: O programa Café com o Presidente volta na próxima segunda-feira, até lá."
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