“Trata-se de um procedimento absolutamente irregular, intempestivo e injustificado, razão pela qual serão tomadas as medidas cabíveis para corrigir essa arbitrariedade no âmbito do próprio Ministério Público, sem prejuízo de outras providências juridicamente cabíveis”, reiterou a nota do Instituto Lula.
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De acordo com o instituto, Lula nunca foi objeto de investigação informal do MP, procedimento preliminar que teria sido instalado antes da abertura do inquérito, tampouco é “considerado suspeito de qualquer tipo de infração penal”. A nota ainda informa que o ex-presidente foi alvo de ‘grave violação de conduta’ por parte do procurador Anselmo Lopes, que deu início ao processo.
Investigação
A Procuradoria Geral da República abriu, nessa quinta-feira (16), inquérito para apurar suposto tráfico de influência internacional do ex-presidente para favorecer a Odebrecht em contratos na Venezuela e no Panamá. A empreiteira está na mira da Operação Lava Jato, que desvendou esquema de corrupção na Petrobras. O procedimento foi aberto após procuradores identificarem indícios suficientes para investigar o petista.
O Núcleo de Combate à Corrupção da Procuradoria da República do Distrito Federal também solicitou compartilhamento das provas da operação para incluir na investigação sobre o ex-presidente.
Em maio, reportagem da revista Época apontou que a maioria das viagens feitas pelo ex-presidente para países como Cuba, Gana, Angola e República Dominicana, ocorreu mediante pagamento da empreiteira e que vários projetos foram capitaneados com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo a revista, o valor dos contratos chega a R$ 4,1 bilhões.
Ainda segundo a revista, há indícios de que o BNDES, hoje presidido por um apadrinhado de Lula, Luciano Coutinho, liberou financiamentos de U$$ 1,6 bilhões à construtora para projetos no exterior, após viagens de Lula a Gana e República Dominicana, para contato com os presidentes dos dois países. Entre as obras consideradas suspeitas estão a modernização de portos, aeroportos, rodovias e aquedutos.
“A Odebrecht foi a construtora que mais se beneficiou com o dinheiro barato do banco estatal. Só no ano passado, segundo estudo do Senado, a empresa recebeu US$ 848 milhões em operações de crédito para tocar empreendimentos no exterior – 42% do total financiado pelo BNDES”, informa trecho da reportagem.