O presidente Lula afirmou nesta quinta-feira (18) que vê com tristeza o fato de bancos “palpiteiros” dos Estados Unidos quebrarem diante da mais recente crise do sistema financeiro na maior economia do planeta.
“Eu vejo, com uma certa tristeza, bancos muito importantes que passaram a vida dando palpites sobre o Brasil, que passaram a vida dizendo o que a gente deveria ou não fazer, que passaram a vida medindo o risco deste país, que passaram a vida fazendo propaganda para investidores sobre se o Brasil era ou não confiável – era como se eles fossem os superinteligentes, e nós os supercoitados – é com muita tristeza que esses palpiteiros estão quebrando, estão entrando em concordata”, afirmou o petista em cerimônia de batismo da plataforma P-53, em Rio Grande (RS).
Segundo a análise do presidente brasileiro, as instituições financeiras americanas com dificuldades defenderam a “especulação financeira” e o “cassino do sistema financeiro internacional”.
O petista destacou que o governo vai “ficar olhando com lupa o que está acontecendo”. “O que eu posso dizer para vocês é que até agora não chegou ao Brasil. O primeiro sinal que nós estamos tendo é que começam a rarear os créditos internacionais, para qualquer país e para qualquer empresa. As pessoas transformaram alguns setores do sistema financeiro em cassino, perderam na roleta, e nós não queremos permitir que o Brasil seja vítima da jogatina de algumas pessoas que davam palpite sobre tudo no Brasil e, de repente, quebraram”, afirmo Lula após a cerimônia, em conversa com jornalistas.
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Lula ressaltou que o atual momento da economia brasileira é “ímpar” e que o país “está sólido”. “Se fosse há oito anos, como estaria o Brasil com essa crise americana? Certamente, nós já teríamos quebrado”, afirmou Lula.
O presidente explicou que trata a questão como trata de um filho. “Não importa que o filho chore, não importa que reclame, não importa que bata o pé. Se tiver que dar um remédio amargo para ele sarar, a gente tem que enfiar o remédio na boca dele, senão ele morre. E o país é assim. Em economia não tem mágica: ou a gente toma as decisões certas no momento certo, ou vai amargar os dissabores de ter sido covarde e de não ter tomado as atitudes corretas no momento correto”, avaliou. (Rodolfo Torres)