Renata Camargo
O presidente Lula afirmou nesta segunda-feira (28), no programa Café com o Presidente, que a última reunião do G20 foi uma “consagração” de que este grupo deve ser o fórum principal para debater as questões econômicas mundiais. Em seu programa semanal, Lula ressaltou a importância do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ser favorável que o G20 – grupo dos 20 países mais ricos – substitua o grupo do G8, grupo dos oito mais ricos, na tomada de decisões econômicas.
“Foi consagrado agora, com a posição do presidente Obama, de que o G20 deve ser o fórum para discutir a questão econômica mundial. É o G20 na prática substituindo o G8”, disse Lula. “O que está acontecendo de novo no mundo é que não tem mais nenhum dono da verdade. Todo mundo se senta à mesa, com muita humildade, querendo aprender, querendo saber como é que vai fazer para lidar com a crise econômica, para lidar com o sistema financeiro, redefinir o papel do Estado, e isso eu acho que é o que explica o sucesso do G-20”, completou.
Segundo Lula, o aumento do número de países emergentes no Fundo Monetário Internacional (FMI) também foi uma grande conquista alcançada no encontro dos países mais ricos realizado na semana passada em Pitsburg, nos Estados Unidos. O presidente levou à reunião a necessidade de que o Brasil e outras nações em desenvolvimento entrassem no FMI. O pedido foi aceito pelos líderes mundiais, que permitiram a inclusão de outros cinco países.
“Nós reivindicávamos sete e nós passamos para cinco. Qualquer negociador sabe que quem reivindica sete e conquista cinco é uma vitória extraordinária”, comemorou Lula, que também ressalta o aumento da participação de países emergentes no Banco Mundial. “Na véspera do encontro, o Obama disse que não era possível negociar o Banco Mundial, que não tinha tido acordo. E o que aconteceu no dia seguinte é que de manhã nós conseguimos fazer com que aumentasse a participação dos emergentes em 3% nas cotas do Banco Mundial”, explicou.
No programa, Lula falou também sobre sua participação na segunda cúpula dos países da América do Sul com os países da África, realizada na última semana. Para o presidente brasileiro, a aliança entre os dois continentes é uma “coisa extremamente rica para a mudança da geografia comercial e para a mudança da geografia política”.
“Quem viver mais alguns anos vai perceber que vai mudar a situação da governança mundial a partir da relação que nós estabelecemos com o Mundo Árabe, com os países da América Latina, Caribe, Caricom e com o continente africano. Ou seja, é uma nova lógica. Nós somos a maioria dos países do mundo, portanto, nós temos que utilizar essa força nas decisões da governança global”, concluiu Lula.
Ouça aqui o programa Café com o Presidente
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