Formado em administração de empresas, Gushiken fez carreira política como sindicalista no Sindicato dos Bancários de São Paulo. Foi deputado federal por três mandatos, entre 1987 e 1999, e coordenou a primeira campanha vitoriosa de Lula ao Palácio do Planalto em 2002. No governo federal, além de ministro da Secom, também foi chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE).
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Fez parte dos 40 denunciados pela Procuradoria-Geral da República na ação penal do mensalão. No entanto, quando Roberto Gurgel formalizou a acusação, deixou Gushiken de fora por “falta de provas”. Ele era acusado de peculato por supostamente ter autorizado o diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolatto, a liberar recursos do BB para uma das agências de Marcos Valério. A absolvição foi depois ratificada pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Visita
Na terça-feira (10), o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) subiu à tribuna do Senado para relatar a visita que fez ao ex-ministro do primeiro mandato de Lula no Sírio-Libanês. Para o petista, Gushiken não era apenas um amigo, mas sim um samurai. Além de relatar a biografia política do ex-colega de partido, Suplicy lembrou a acusação feita durante o caso do mensalão.
“Luiz Gushiken, acusado e julgado pela imprensa, é o cidadão inocente que tem sua honra pisoteada com requintes de crueldade por 3.285 dias. Mesmo inocentado de forma cabal e irrefutável por nossa Corte Maior, Gushiken não receberá reparo algum”, afirmou. O senador paulista lembrou do depoimento de Gushiken da CPI dos Correios, onde o ex-ministro chegou a bater boca com os deputados Onyx Lorenzoni (PFL-RS) e Eduardo Paes (PSDB-RJ). Onyx hoje é deputado pelo DEM e Paes prefeito do Rio de Janeiro pelo PMDB.
PublicidadeA discussão foi motivada na época quando os deputados questionaram a influência do petista nos fundos de pensão de estatais. Havia a suspeita que as entidades de previdência tinham contribuído para o caixa 2 do PT. Ele não aceitou acusações de corrupção e partiu para o contra-ataque contra os parlamentares da oposição.
Homenagens
“Perdemos nosso querido Luiz Gushiken. Um guerreiro da luta do povo brasileiro. Nossa bancada federal homenageia esse grande brasileiro”, afirmou o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE). No Facebook, o deputado José Genoino (PT-SP), condenado no mensalão e que pediu aposentadoria após passar um mês internado depois de médicos constatarem o rompimento de uma das camadas da aorta, uma das artérias do coração, fez uma homenagem ao colega.
“Gushiken, você vive eternamente e permanentemente em nossos corações. Seu exemplo de vida, coragem e luta estará sempre presente, principalmente nesses momentos difíceis em que a gente vive”, disse o petista, que esteve com Gushiken na quarta-feira (11) no Sírio-Libanês, de acordo com relato da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo. “Ele deu enorme contribuição para fazer do Brasil um pais mais justo”, comentou Paulo Teixeira (PT-SP).