“Vamos construir a unidade na diversidade para fortalecer o Psol e uni-lo no enfrentamento às demais candidaturas que representam a continuidade deste modelo político e econômico cada vez mais questionado pelo povo”, escreveu Luciana.
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Segundo a ex-deputada, o partido tem de unir para enfrentar o governo Dilma e a “velha direita” na afirmação da necessidade de construir uma “alternativa pela esquerda”. “Todos sabem que temos diferenças políticas. Neste momento, é preciso fortalecer a unidade do Psol, o que não significa escamotear as diferenças, mas sim buscar o que nos une e aprofundar o debate político”, afirmou Luciana.
A ex-deputada está impedida pela legislação eleitoral de concorrer este ano a algum cargo público pelo Rio Grande do Sul, estado governado por seu pai, o petista Tarso Genro, candidato à reeleição. A única possibilidade que restava a ela este ano era concorrer à Presidência da República ou a vice.
Veja a carta divulgada por Luciana Genro:
“Companheiros e Companheiras,
PublicidadeO ano de 2014 começou marcado por importantes lutas sindicais, populares e juvenis. O Psol é um protagonista importante nestes embates e este processo também deve se refletir nas eleições de outubro. Nosso desafio é imenso pois as jornadas de junho mostraram, por um lado, o espaço existente para uma candidatura que seja a negação da velha política, e, ao mesmo tempo, a carência de referências que encarnem esta proposta nova.
Eu e o senador Randolfe Rodrigues disputamos a indicação para encabeçar a disputa presidencial nestas eleições. Todos sabem que temos diferenças políticas. Neste momento, acredito, é preciso fortalecer a unidade do Psol, o que não significa escamotear as diferenças, mas sim buscar o que nos une e aprofundar o debate político.
Nossa unidade está ancorada no enfrentamento ao governo Dilma e à velha direita, e na afirmação da necessidade de construir uma alternativa pela esquerda. Esta luta vem sendo travada pela bancada o Psol na Câmara e no Senado, com Randolfe, Chico, Jean Wyllys e Ivan. No Rio de Janeiro, o deputado Marcelo Freixo é uma referência que orgulha a todo o partido, assim como Giannazi em São Paulo, estado onde tivemos ainda uma grande conquista, a filiação e possível candidatura do companheiro Vladimir Safatle, e nossos vereadores espalhados pelo Brasil. Esta luta foi e está sendo travada por todos os militantes do partido que estiverem nas jornadas de junho e que seguem agora nas mobilizações, como na já histórica greve dos rodoviários de Porto Alegre.
Na disputa presidencial vamos dar continuidade a este enfrentamento que fazemos todos os dias, com a autoridade política de um partido que está presente em todas as lutas e que, no parlamento, está sempre apresentando propostas e denunciando os ataques aos interesses populares. É com este espírito que estou disposta a ser candidata a vice- presidente na chapa com o companheiro Randolfe.
Considero que a minha missão nesta chapa será ajudar a defender idéias que possam credenciar o Psol diante do novo momento político que se abriu após as jornadas de junho. Vamos construir a unidade na diversidade para fortalecer o Psol e uni-lo no enfrentamento às demais candidaturas que representam a continuidade deste modelo político e econômico cada vez mais questionado pelo povo.
Agora precisamos intensificar o debate partidário sobre o programa que defenderemos nas eleições. Eu e a companheira Maninha, do DF, estaremos coordenando o processo de elaboração do nosso programa de governo, construindo os seminários que debaterão os temas essenciais. Apresento a todos, no texto anexo, alguns temas que considero fundamentais para que o Psol demarque sua posição anticapitalista e contrária a este regime político elitizado e apodrecido.
Vamos ao debate político, pois só assim o Psol vai avançar, e é isso que todos nós queremos.
Um abraço!
Luciana Genro”