O lobista Fernando Soares, suposto operador do PMDB dentro do esquema de corrupção da Petrobras, usou 19 contas bancárias no exterior para movimentar dinheiro fruto de propina. A informação consta no relatório final da investigação de contrato de 1,2 bilhão de dólares com a Samsung Heavy Industries, para compra de dois navios sondas. Com o fim da investigação, o Ministério Público Federal pediu a prisão de Soares, do ex-diretor da estatal Nestor Cerveró e dos delatores Julio Camargo e Alberto Youssef.
De acordo com reportagem do jornal O Globo, o relatório mostra contas ligadas a Soares, conhecido como Fernando Baiano, em bancos na Suiça, Estados Unidos, Espanha e Hong Kong (China). Por elas, transitaram cerca de 20 milhões de dólares entre 2006 e 2008. Os procuradores querem que os denunciados devolvam mais de R$ 156 milhões.
Contudo, segundo o MPF, nem todas as contas pertencem a Soares. Muitas delas eram apenas controladas por ele ou indicadas a Julio Camargo para que o lobista pagasse a propina combinada para compra das sondas em que Soares atuou. Para os procuradores, o suposto operador do PMDB agia na Diretoria Internacional da Petrobras.
É nesta investigação de contrato da Petrobras que o nome do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), veio à tona. No depoimento de delação premiada ao juiz Sérgio Moro, Camargo disse que Soares era uma espécie de “sócio oculto” de Cunha. O deputado, alvo de inquérito no STF por ter foro privilegiado, negou a acusação.
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