Em depoimento à Polícia Federal, o técnico do Ministério da Fazenda Dyogo Henrique Oliveira, que trabalhou na elaboração de duas medidas provisórias investigadas na Operação Zelotes, confirmou que recebeu o lobista Marco Marcondes para discutir as propostas. Apesar de existir a suspeita de que as medidas foram obtidas mediante corrupção, o técnico disse que elas “seguiram o rito ordinário”. As informações são da Folha de S.Paulo.
Dyogo foi apontado pelos investigados da força-tarefa como um dos contatos diretos dos lobistas com o governo federal. No depoimento, o técnico afirmou que nunca recebeu propina e que era apenas incumbido de “discutir medidas legais com vários setores da economia”.
Marcondes, preso preventivamente duas vezes em decorrência de investigações da Zelotes, é proprietário da empresa Marcondes e Mautoni, suspeita de participar do esquema de corrupção que atuava no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
A mesma empresa é investigada por ter contratado a LFT, empresa de marketing esportivo de um dos filhos do ex-presidente Lula, Luís Cláudio Lula da Silva.
De acordo com a reportagem, as medidas provisórias que foram alvo do lobby de Marcondes se referem a benefícios fiscais a montadoras do setor automotivo, que ele representava. O jornal também informa que, posteriormente, o lobista se reuniu com o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gilberto Carvalho na intenção de prorrogar tais benefícios.
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