O lobista João Augusto Rezende Henriques, apontado como um dos operadores do PMDB, confirmou à Justiça ter repassado mais de US$ 1 milhão ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo ele, o depósito em conta bancária foi feito a pedido de Felipe Diniz, filho do falecido deputado Fernando Diniz (PMDB-MG).
Os repasses, de acordo com o lobista, começaram a ser feitos no mês em que ele ajudou a concretizar um negócio de US$ 34,5 milhões da Petrobras no Benim. Em maio de 2011, a estatal brasileira comprou 50% do direito de exploração de um campo de petróleo no país africano.
Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, que preside a Operação Lava Jato na Justiça Federal em Curitiba, o lobista confessou que repassou recursos para a conta indicada por Diniz como retribuição por informações privilegiadas que ajudaram a viabilizar o negócio. João Augusto contou que só soube posteriormente que a conta pertencia a Cunha.
“Isso aí foi o que eu já falei. Eu queria pagar ao filho do Fernando Diniz, porque ele já tinha morrido. E a conta que ele tinha me dado, eu soube depois que era do Eduardo Cunha. Foi 1 milhão, 1 milhão e pouco. Foi em 2012, 2013, por aí. Não tenho precisamente a data”, declarou. A denúncia já havia sido feita pelo lobista em depoimento à Polícia Federal, em setembro. Mas agora é a primeira vez que ele confirma a acusação contra o presidente da Câmara em depoimento à Justiça. Cunha diz que jamais recebeu “qualquer vantagem indevida de quem quer que seja”.
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