O senador Edison Lobão (PMDB-MA), que será nomeado na próxima segunda-feira (21) pelo presidente Lula como ministro de Minas e Energia, disse hoje (17) que recebeu carta branca de seu novo chefe para fazer as mudanças que desejar na equipe do Ministério. Lobão foi ao Palácio do Planalto nesta manhã e ficou reunido por cerca de duas horas com a ministra Dilma Roussef (Casa Civil), para se inteirar sobre a política energética brasileira e o funcionamento da pasta. Dilma já chefiou o Ministério de Minas e Energia e ainda mantém forte influência por lá.
A definição do nome de Lobão foi anunciada ontem (16), em reunião de cerca de 40 minutos no Planalto com o presidente Lula e o ministro das Relações Institucionais, José Mucio Monteiro. Depois de formalizado o convite de Lula, Lobão falou à imprensa e, otimista, descartou o risco de apagão. “Graças a Deus a chuva está aí”, comemorou Lobão, diante do temporal que caía do lado de fora do Palácio. (leia)
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Mesmo refutando a possibilidade de crise no setor, Lobão disse que a população pode enfrentar um aumento nas tarifas de energia elétrica, devido à aquisição, por parte do governo, de equipamentos menos poluentes para a geração e distribuição de energia.
Momentos antes da confirmação de Lobão, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), reiterou apoio ao colega de partido e disse que ele “vai fazer o que precisa ser feito” à frente do Ministério. “Eu não iria comparecer ao Palácio do Planalto (…) para fazer a indicação do senador Lobão se eu não acreditasse que ele vai fazer o que precisa ser feito”, disse Garibaldi. (leia)
Hubner deixa a pasta
Hoje (17), o ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, secretário executivo da pasta, declarou à imprensa não ver problemas no fato de Edison Lobão não ser um técnico do setor elétrico, uma vez que se trata de um ministério político.
"O cargo de ministro é eminentemente político. O senador é uma pessoa experiente, que já foi governador e lidou não só com a área elétrica, mas com diversas outras. Tem toda condição de fazer uma gestão profissional e boa no ministério", declarou.
Hubner, que preenchia temporariamente o lugar de Silas Rondeau – que, por sua vez, pediu demissão em maio de 2007, depois de ver seu nome envolvido com a máfia das obras públicas, desbaratada pela Operação Navalha, da Polícia Federal – disse também que deixará a pasta tão logo seja anunciada a nomeação de Lobão, na próxima segunda-feira. O próprio Lobão informou ontem, após a reunião com Lula, que Hubner pretende se dedicar a outras atividades, depois de oito meses chefiando o Ministério.
Por fim, Nelson Hubner disse que, a pedido de Lula, continuará a exercer alguma função no governo, mas não adiantou qual seria. A definição sobre qual órgão passará a servir só será anunciada depois que ele voltar de um mês de férias. (Fábio Góis)
Atualizada às 20:51.