A informação é da Folha de S.Paulo, que ouviu 20 dos 22 líderes das maiores bancadas da Câmara. Os defensores declarados da permanência do peemedebista no cargo representam dez bancadas, que somam 294 deputados (57%). Oito não opinaram sobre o caso.
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Os parlamentares também não veem motivo para que outros colegas investigados pela Lava Jato no Supremo respondam a processo de cassação no Conselho de Ética mesmo que eles se tornem réus. Só o Psol e o PTN manifestaram opinião contrária. Além de Cunha, 21 deputados são alvo de investigação no STF suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.
De acordo com a reportagem, apenas o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), diz ver motivos para o impeachment da presidente Dilma. Onze disseram não haver elementos suficientes para o impedimento da presidente. Os demais líderes, entre eles o do PSDB, não opinaram.
Segundo a Folha, o levantamento mostra que Cunha mantém apoio sólido entre os deputados mesmo após as declarações da advogada Beatriz Catta Preta de que aliados do presidente da Câmara tentaram intimidá-la depois que um de seus clientes, o lobista Júlio Camargo, disse que o peemedebista lhe pediu US$ 5 milhões em propina. Beatriz anunciou que está deixando a advocacia e o país devido às ameaças veladas que recebeu. De acordo com o jornal, embora a pesquisa tenha sido feita antes da entrevista de Beatriz ao Jornal Nacional, na última quinta-feira (30), a posição dos parlamentares em relação a Cunha não mudou de maneira significativa.
Mas o presidente da Câmara será questionado por ao menos uma liderança nesta semana, na volta dos parlamentares a Brasília, com o fim do recesso legislativo. “Vou questionar na reunião de líderes a situação do presidente em relação às denúncias gravíssimas que surgiram”, disse Chico Alencar (Psol-RJ) à Folha.