Mário Coelho
Os líderes da oposição decidiram ir ao ataque contra o Gabinete de Segurança Instituicional (GSI). Depois do DEM protocolar na manhã desta terça-feira (25) um pedido de investigações no Ministério Público Federal (MPF), agora foi a vez do PPS assinar um requerimento de informações pedindo detalhes do contrato do sistema de segurança do Palácio do Planalto. Além dos socialistas, novamente o DEM, em parceria com o PSDB, solicitam a convocação do ministro-chefe do GSI, general Jorge Armando Félix, para prestar esclarecimentos sobre a exclusão de imagens do circuito interno do Palácio do Planalto.
Os documentos foram motivados por causa da nota oficial emitida pelo GSI na sexta-feira (21). O órgão afirmou que não poderia fornecer imagens dos meses de novembro e dezembro de 2008 por não ficarem armazenadas por mais de um mês. A nota foi divulgada em resposta à solicitação do DEM, que queria as gravações para saber se a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira esteve ou não na Casa Civil reunida com a ministra Dilma Rousseff. Lina diz que recebeu de Dilma o pedido para acelerar as investigações contra o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Além disso, o GSI informou também que as autoridades que entram no Planalto pela garagem não são registradas nos livros de entrada e saída de autoridades. Com os novos requerimentos, os partidos querem tirar a dúvida se o encontro aconteceu ou não. As duas têm versões diferentes sobre o assunto. A ex-secretária confirma o encontro, mas não sabe precisar em que dia ele ocorreu. Já a ministra nega que o encontro tenha acontecido.
O PPS quer a cópia do contrato, assinado em 2004, para a implantação do sistema de câmeras de vigilância eletrônica no Palácio do Planalto, assim como de todos relativos à segurança mantidos pelo GSI. Além disso, solicitam as cópias de segurança das imagens de vigilância no local nos últimos seis meses de 2008 e de todos os registros de entrada e saída de pessoas no prédio pelo menos período. “Um contrato no valor de R$ 3,2 bilhões tem que prever uma estrutura de back up”, afirmou Coruja.
Já o requerimento do DEM e do PSDB requer a convocação do general Félix ao plenário da Câmara “a fim de prestar esclarecimentos sobre a destruição das imagens gravadas pelas câmeras de segurança do Palácio do Planalto e os dados a respeito de veículos e autoridades que estiveram naquele estacionamento”. “Havendo a suspeita de ato ou omissão que possa trazer dificuldades à investigação, justifca-se a atuação institucional do Congresso Nacional, sendo o plenário da Câmar dos Deputados foro ieal para o encaminhamento do debate”, afirmou Caiado.
Mais cedo, o DEM anunciou que protocolou hoje uma representação no Ministério Público Federal (MPF) solicitando a abertura de investigação contra o GSI e seu chefe, o general Jorge Armando Félix. A oposição pede que os procuradores apurem se o ministro cometeu os crimes de supressão, extravio ou sonegação de documento e improbidade administrativa. Além disso, o vice-líder do PSDB, o senador Alvaro Dias (PR), encaminhou ofício ao ministro-chefe do GSI por meio do qual pede mais esclarecimentos sobre o assunto.
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