Após o encontro entre os líderes partidários realizado hoje (27) na residência do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), a base governista decidiu que os trabalhos da Casa correrão em “paralelo” com a votação da CPMF, o chamado imposto do cheque, no Senado.
O líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), afirmou que, se a votação da CPMF não fluir no Senado, as votações não serão retomadas pelos deputados. Atualmente, a pauta do plenário da Câmara está trancada por cinco medidas provisórias (MPs) e dois projetos de lei que tramitam em regime de urgência constitucional.
Enquanto a pauta estiver trancada, nenhuma outra proposta legislativa poderá ser votada. É que se a Câmara votar as MPs, as medidas provisórias seguirão imediatamente para o Senado, onde passarão a trancar a pauta, dificultando ainda mais a aprovação da CPMF.
Submissão
O líder do PSDB, na Câmara, Antonio Carlos Pannunzio (SP), condenou a manobra realizada pelos governistas. “Isso prejudica a imagem do parlamento como um todo. Isso é péssimo porque mostra a submissão aos interesses do Palácio”, disse o líder ao Congresso em Foco.
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Segundo ele, por não ter a maioria das cadeiras no Congresso, a oposição não tem nada há fazer. “O que podemos fazer é apenas denunciar essa manobra. Temos matérias suficientes até o fim do exercício, mas dificilmente elas serão votadas com os governistas se curvando ao Palácio." (Erich Decat)