Pastor da Assembleia de Deus e nome mais identificado com a bancada evangélica no Senado, o senador Zequinha Marinho (PSC-PA) ainda não confirmou que dará seu voto ao advogado-geral da União, André Mendonça, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para o Supremo Tribunal Federal. Mendonça, que é pastor da Igreja Presbiteriana Esperança em Brasília, é o nome “terrivelmente evangélico” prometido para o STF pelo presidente Jair Bolsonaro a um dos seus principais segmentos eleitorais.
“O senador ainda quer conversar antes com o governo”, informou o gabinete de Zequinha Marinho ao Congresso em Foco Insider. O parlamentar não quis adiantar o que discutirá com o presidente antes de anunciar seu voto.
Aliado de Jair Bolsonaro, Zequinha participou na semana passada de um almoço com André Mendonça e integrantes do Bloco Vanguarda, que reúne o PSC, o PL e o DEM no Senado. Na ocasião, o candidato à sucessão de Marco Aurélio Mello, que se aposentou nessa segunda-feira (12), disse que não será “um ministro evangélico”, em uma tentativa de diluir resistências ao seu nome.
A indicação de André Mendonça ainda enfrenta resistência. A hesitação de um líder da bancada evangélica ao seu nome é um dos sinais da dificuldade enfrentada pelo advogado-geral da União. Planilha feita pelo Palácio do Planalto aponta margem pequena de votos a favor da efetivação dele no Supremo.
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André Mendonça tem procurado senadores da oposição e já pediu voto até para o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), que tem trocado ataques com Bolsonaro. Além do discurso religioso, também tem pesado contra o advogado-geral da União manifestações dele contra políticos, em consonância com Bolsonaro, e em favor da Operação Lava Jato. As críticas a Mendonça têm sido encaminhadas ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (DEM-AP). Caberá à CCJ sabatinar o indicado e encaminhar seu nome ao plenário.
> Bolsonaro indica nome “terrivelmente evangélico” de André Mendonça ao STF