Mário Coelho
A Operação Caixa de Pandora, desencadeada na manhã desta sexta-feira (27) em Brasília, serviu para mobilizar a oposição ao governo de José Roberto Arruda (DEM). A bancada do PT se reúne às 21h para discutir os próximos passos e a estratégia no caso. Mas, ao ler o despacho do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Fernando Gonçalves, a líder do partido na Câmara foi taxativa. “Com materialidade, é caso de impeachment do Arruda”, afirmou a deputada distrital Erika Kokay.
Segundo a petista, mesmo antes da reunião, a bancada quer que as investigações sejam aprofundadas. Além disso, espera que não fique restrita ao Legislativo. Na manhã de hoje, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão nos gabinetes do presidente da Câmara Legislativa do DF, Leonardo Prudente (DEM), e dos deputados distritais Eurides Brito (PMDB) e Rogério Ulysses (PSB), além do suplente Pedro do Ovo (PRB).
O inquérito produzido pela PF e pelo Ministério Público trata de licitação fraudulenta e pagamento de propina. No Executivo, foram alvos da operação os escritórios do secretário de Educação, José Luiz Valente, do chefe da Casa Civil, José Geraldo Maciel, do secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, do assessor de imprensa do GDF, Omézio Pontes, e do chefe de gabinete de Arruda, Fábio Simão.
“Espero que não se faça cortina de fumaça com os parlamentares”, disse Erika. A deputada afirma que não é possível colocar a culpa somente nos distritais. Reforça que é necessária uma investigação de quem recebeu propina, mas destaca que “não é o Legislativo que faz licitações”. “Os indícios apontam para um profundo esquema de corrupção”, completou.
O vice-presidente da Câmara, Cabo Patrício (PT), aponta que a bancada tem que ter acesso, “com urgência”, ao inquérito completo da PF. O deputado disse ao Congresso em Foco que é a partir da análise da investigação que o partido poderá entrar no Conselho de Ética contra os colegas e fazer o pedido de impeachment. “Esse foi mais um escândalo instalado no DF. O mensalinho era algo que ouvíamos falar nos corredores. Mas temos o caos na saúde, nas obras”, opinou.
Leia também