Renata Camargo
O líder do PSDB no Senado, Artur Virgílio (AM), disse na manhã desta quinta-feira (16) que irá representar junto ao Conselho de Ética uma nova denúncia contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). A quarta denúncia recairá sobre as gravações da Polícia Federal que mostram negociações da família Sarney por cargo no Senado em ato secreto.
De acordo com matéria publicada hoje pelo jornal Estado de S. Paulo, interceptações telefônicas, realizadas durante a Operação Boi Barrica, mostram telefonemas de Fernando Sarney, neto do presidente Sarney, para o ex-diretor-geral do Senado, Agaciel Maia. As ligações mostram indícios de que a família Sarney negociava contratações sigilosas de parentes e afilhados políticos do PMDB.
Outras três denúncias do líder do PSDB e uma representação do Psol estão no Conselho de Ética, que somente na tarde de ontem (15) elegeu seu presidente: um aliado de Sarney, o peemedebista Paulo Duque (RJ). Duque terá a prerrogativa de acatar ou rejeitar as denúncias contra o presidente do Senado.
Sarney foi denunciado por quebra de decoro parlamentar por editar atos secretos e por utilizar sua influência política para beneficiar a Fundação Sarney. A entidade privada instituída, que mantém um museu com o acervo do período em que Sarney foi presidente da República, é acusada de prática de corrupção.
Família Sarney coleciona escândalos no poder