Leia tudo sobre a eleição no Congresso
Leia também
A eleição para a presidência do Senado e para os outros cargos da Mesa Diretora está marcada para 1º de fevereiro. Faltando pouco mais de duas semanas para o pleito, apenas Randolfe confirmou a candidatura. O senador do Psol anunciou ontem (15) sua candidatura e declarou apoio a um documento com diretrizes a serem adotadas por quem assumir o comando da Casa em fevereiro. Em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco, ele cobrou uma posição dos tucanos.
Contra Renan, Randolfe cobra coerência do PSDB
O nome de Renan é dado como certo por peemedebistas, mas, até o momento, ele ainda não tornou pública sua disposição de disputar o cargo. No documento distribuído a parlamentares, a volta de Renan à presidência é comparada a uma prática da República Velha, quando existia o “voto de cabresto”. Ou seja, quando os eleitores eram obrigados a votar em candidatos pré-definidos.
Segundo o líder do PSDB, o ideal para os tucanos seria um nome independente do próprio PMDB para que a proporcionalidade da Casa fosse respeitada. No Congresso, os principais cargos são distribuídos para as maiores bancadas. No Senado, o PMDB tem o maior número de senadores. No entanto, os nomes mais cotados – Pedro Simon (RS), Jarbas Vasconcelos (PE) e Ricardo Ferraço (ES) – não demonstraram interesse pela disputa, nem têm respaldo dentro da própria bancada.
Como não deve ocorrer uma candidatura avulsa do PMDB, a bancada tucana estaria propensa a apoiar o senador Pedro Taques (PDT-MT). Randolfe, inclusive, chegou a declarar que deixaria de lado a disputa em favor do pedetista. Porém, seu nome foi colocado por uma decisão da cúpula nacional do Psol. “Ele [Pedro Taques] garantiu que está à disposição, caso não haja um nome independente do PMDB”, afirmou Dias. O PSDB realizará uma reunião em 31 de janeiro, às vésperas do pleito, para definir qual estratégia o partido adotará.
Declarações
Alvaro Dias negou que o partido tenha rejeitado apoiar Randolfe devido às declarações que ele fez no encerramento da CPI do Cachoeira, em dezembro do ano passado. Randolfe apontou a existência de um acordo entre tucanos e peemedebistas para livrar, entre outros, o governador de Goiás, Maconi Perillo (PSDB), do pedido de indiciamento. Especulou-se, nos bastidores, que, em troca da redução das conclusões da CPI a duas páginas inócuas, estava condicionada a adesão do PSDB a Renan. “Foram declarações descabidas e injustas, mas isso não está sendo colocado na balança agora”, garantiu.
O líder do PSDB, no entanto, criticou a postura de Randolfe cobrar um posicionamento do partido contra Renan. “Não conferimos autoridade a ele para cobrar nada do PSDB porque o partido participa de reuniões nas quais, não sei se ele participou, tinha esse objetivo de buscar uma candidatura alternativa. O que não é estrategico é ele se lançar sozinho, dessa forma. Isso não contribui em nada. O que contribui é a busca desse entendimento dos que podem somar”, disse.
O senador também afirmou que o partido prepara um documento, nos mesmos moldes do que foi divulgado ontem por Cristovam Buarque, com uma pauta para a Mesa Diretora. Segundo o líder tucano, a ideia é pressionar pela apreciação dos vetos presidencias, pela reforma administrativa e pela independência do Legislativo em relação às medidas provisórias editadas pelo governo.
Alvaro Dias será sucedido na liderança do PSDB no Senado pelo senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) nos próximos dias. O Congresso em Foco tentou contato com o futuro líder da bancada, mas ainda não houve retorno.
Leia também:
Renan enfrenta nova investigação no STF
Denúncias abreviaram passagem de Renan pela presidência