O líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), assinou nesta terça-feira (23) o requerimento de criação de CPMI da Corrupção. Após anunciar a saída da base do governo e adotar uma postura de independência como consequência das demissões no Ministério do Transportes, Portela afirmou que a investigação será limpa e não vai prejudicar a governabilidade.
“Entendi que essa CPI quer uma investigação limpa, sem querer prejudicar a governabilidade, mas trazer luz à sociedade brasileira das coisas que estão acontecendo. Eu seria incoerente se não assinasse”, disse Portela. Até o momento, o requerimento tem 120 assinaturas de deputados e 20 de senadores. São necessárias pelo menos 171 e 27, respectivamente.
Portela disse que não vai retirar a assinatura do requerimento, mesmo se houver um pedido do governo. Proposta pelos partidos de oposição, a CPI mista pretende investigar as recentes denúncias envolvendo o governo de Dilma Rousseff. A pasta comandada pelo PR, a dos Transportes, foi uma das atingidas. “Eu continuo apoiando a presidente Dilma”, assegurou.
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Apesar de assinar a CPI, Portela disse que não há orientação de bancada para apoiar a criação da comissão. Até agora, contando com o líder, são 16 dos membros do partido subscrevendo o pedido. Do PMDB, outro partido da base, são quatro deputados. No Senado, nenhum do PR, até agora, assinou. Já do PMDB, Jarbas Vasconcelos (CE) e Roberto Requião (PR) estão na lista.
Ao ser informado da adesão do líder do PR, o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que o colega estaria cometendo um “equívoco”. “Para ter CPI, tem de ter fato determinado, não pode ser genérico. Quem é o investigado?”, avaliou Vaccarezza, que disse estar seguro de que a oposição não vai conseguir as assinaturas necessárias.
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